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140t de lixo coletadas por dia no Centro – DN Cidade

By 06/02/2010janeiro 29th, 2011No Comments

SUJEIRA (6/2/2010)

Sujeira incômoda: secretária do Centro, Luiza Perdigão, admite que a fiscalização pública no bairro é deficiente. Na área central, há 14 grandes geradores de lixo e nove depósitos  MIGUEL PORTELA

Sujeira incômoda: secretária do Centro, Luiza Perdigão, admite que a fiscalização pública no bairro é deficiente. Na área central, há 14 grandes geradores de lixo e nove depósitos MIGUEL PORTELA

Prefeitura reconhece que precisa melhorar suas ações, mas ratifica que a população também tem de colaborar

A impressão de que o Centro de Fortaleza é sujo não é à toa. Afinal, no bairro, 140 toneladas de lixo são coletadas, todos os dias; há 45 pontos de acúmulo de resíduos; pelo menos 14 grandes geradores de lixo; os nove depósitos dos catadores funcionam em locais inadequados. Para completar, a educação ambiental da população deixa muito a desejar e, como admite a secretária do Centro, Luiza Perdigão, a fiscalização pública no bairro é deficiente.

Por meio desses dados, a Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor) apresentou, ontem pela manhã, o diagnóstico da produção de lixo, na área central de Fortaleza. Realizado em agosto de 2009, o levantamento foi possível a partir do acompanhamento dos técnicos das rotas de limpeza, desde a varrição até o descarte no aterro sanitário, em Caucaia. “A nossa intenção foi colocar o lixo no centro da discussão. Pensar porque a cidade é suja”, explicou.

De acordo com a secretária, com a pesquisa, ainda se pôde identificar quem são os grandes geradores de lixo do bairro. Isto é, aqueles que produzem acima de 50 quilos ou 100 litros/dia. Além de, como detalhou Luiza, averiguou-se que a quantidade garis, sendo 110 da Ecofor e 56 da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), é suficiente para a limpeza da área; e a de lixeiras e papeleiras nas praças também. “Não temos problemas de garis. O problema é que as pessoas insistem em jogar o lixo no chão”, frisou.

Na opinião do presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues Costa, a situação do lixo no Centro é um problema cultural, devido à ideia de “rebolar no mato”, em que o lixo é despejado pelas pessoas no chão e nas ruas. Aliás, como adverte o titular da Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Deodato Ramalho, esse mau hábito dos moradores de jogar o lixo no chão, não é típico apenas do Centro da cidade. “Quem joga lixo não é apenas o cidadão mais humilde. O drama do Centro é da cidade inteira”.

Por outro lado, o presidente da Emlurb também reconhece que a área central se torna crítica, em virtude do grande fluxo de pessoas que passam pelo bairro, diariamente. Por conta dessas questões, como elucida a engenheira Thereza Neumann de Freitas, coordenadora do diagnóstico, o poder público precisa investir urgentemente em educação ambiental e fiscalização efetiva.

Até porque, como constatou, a população desconhece ou não se alertou para o horário de coleta no Centro. “Muitos colocam lixo toda hora nas ruas, quando, no Centro, a coleta só é feita à noite”, critica.

Pela proximidade das chuvas, portanto, Luiza antecipou que decisões precisam ser tomadas para que não haja tantos alagamentos e problemas, devido aos resíduos sólidos. Tanto que a Secretária traçou um plano de ações.

RESÍDUO
Restaurantes e lanchonetes são maiores produtores

A olhos vistos, segundo o diagnóstico sobre o Centro, foram identificados dentre os grandes geradores de lixo: galerias, igrejas, shoppings, mercados, entre outros. Porém, como um dos maiores produtores dos resíduos sólidos, como destaca a titular da Secerfor, Luiza Perdigão, estão os restaurantes e as lanchonetes da área.

Tanto que, em dezembro do ano passado, a Secerfor iniciou um projeto-piloto nas ruas Floriano Peixoto e Major Facundo. De acordo o trabalho, apenas dois, dos 80 restaurantes visitados, mantinham o contrato com empresas de coleta de lixo, conforme é exigido na lei municipal 8.408 de 1995. Por outro lado, como também citou, há os que não apresentavam sequer alvará de funcionamento.

Conforme a secretária, a lei municipal determina que os restaurantes contratem empresas para a coleta dos resíduos. No entanto, muitos não obedecem à determinação, fornecendo o lixo orgânico aos catadores, que abrem os sacos nas ruas, provocando o risco de problemas à saúde pública.

A intenção, segundo o presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues Costa, é que, em algum tempo, os registros sanitários e os alvarás de funcionamento só sejam concedidos aos estabelecimentos que já tenham oficializado contrato com empresas coletoras de lixo.

JANINE MAIA
REPÓRTER

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=732093

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