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Galpões estão sendo alugados aos feirantes – DN Cidade

By 15/09/2009janeiro 2nd, 2011No Comments

CENTRO DE FORTALEZA (15/9/2009)

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Buraco da gia: estacionamento na Rua Sobral foi transformado em comércio informal e recebeu o nome de Feira Popular da Sé. Faixa anuncia o cadastro com vaga para mil feirantes SILVANA TARELHO

Por R$ 10,00 a cada semana, 120 feirantes retirados da Praça da Sé alugaram espaço em estacionamento

A movimentação da Prefeitura de Fortaleza e do Ministério Público Estadual para retirarem os feirantes das praças tem gerado outra situação. Diante do “não ter para onde ir” dos vendedores, há quem esteja apostando no aluguel de novos espaços para os ambulantes. Nas proximidades da Praça da Sé, por exemplo, um estacionamento tornou-se uma nova área para o comércio informal, durante a noite. Ao lado, a administração do “Mercado da Sé”, um shopping de boxes, já aguarda a possível procura de feirantes.

Conhecido por “Buraco da Gia”, na Rua Sobral, o estacionamento ao lado da Catedral Metropolitana tem o chão e as paredes demarcadas com linhas e nomes. Logo na entrada, uma faixa já anuncia o cadastro com vaga para mil feirantes na “Feira Popular da Sé”. Tanto que, atualmente, como informa João Sobral, da organização do Buraco da Gia, há 120 vendedores, em geral de confecções, a partir das 18 horas no espaço. Para isso, como detalha, eles pagam, por semana, a quantia de R$ 10,00 para os custos com luz, segurança etc.

“Em dezembro, quando começou a retirada dos feirantes da Praça, eles nos procuraram e perguntaram sobre o aluguel para o período da noite. Muitos não conseguiram espaço no galpão. Assim, eles ficam aqui à noite, até de manhã, quando vão para a Rua José Avelino. A taxa é só para ajudar nesses custos”, explica João Sobral, comentando que, por enquanto, os feirantes são da Praça da Sé.

Segundo ele, ambulantes da Praça Capistrano de Abreu, a popular Lagoinha, chegaram a olhar o local, mas, como disse, “acharam que não valia para eles investir no local”.

Ao lado do “Buraco da Gia”, o Mercado da Sé também aluga o espaço para vendedores. No entanto, como diferencia Suelane Ferreira Melo, da administração do Mercado, os comerciantes que no momento estão nos boxes não são oriundos de praças. Porém, como antecipa, a expectativa é de que as retiradas promovidas pelo poder público façam com que os feirantes procurem o espaço.

“Geramos a expectativa de que eles venham para cá, já que não têm para onde ir. Não era justo lá eles não pagarem nada e os outros terem de pagar impostos etc”. No local, o aluguel custa R$ 150,00 por mês.

Para o vendedor Natanael de Araújo, 47 anos, apesar de a situação ser incerta na Praça da Lagoinha, não “vale a pena” se deslocar para o Buraco da Gia, por exemplo. O feirante já comercializava vestidos na Praça da Sé. Com a retirada, mudou para a Lagoinha. E, agora, com a retirada da lá, não sabe para onde irá. Porém, já antecipa não alugará um espaço no estacionamento, pois não tem tanta visibilidade. “O Buraco da Gia é muito escondido. As pessoas passam e não vêem os produtos. O bom de estar nas praças é por que quem passa vê logo”, diz.

PRAÇA DA LAGOINHA
Prefeitura aguarda laudo de segurança para remoção

Em relação aos feirantes da Praça Capistrano de Abreu, conhecida como Lagoinha, a secretária do Centro, Luiza Perdigão, explica que, no momento, ainda não há data para a retirada dos vendedores. Afinal, a secretaria aguarda o laudo de segurança do prédio localizado na Rua Guilherme Rocha, 1426. O documento será emitido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-estrutura (Seinf), mas sem previsão.

Além disso, como também antecipou Luiza, a notificação da liminar concedida pelo juiz titular da 7ª Vara da Fazenda Pública, Carlos Augusto Gomes Correia, no último dia 9, ainda não chegou à Secretaria do Centro. Mesmo assim, explica Luiza, a Prefeitura já está articulando a remoção que acontecerá logo quando for entregue o laudo. “Faremos a transferência de 400 feirantes da Praça José de Alencar e também da Lagoinha. Há alguns dias, eram 300 cadastrados pela associação deles”.

Enquanto isso, os feirantes da Praça da Lagoinha continuam no espaço comercializando seus produtos, apesar de não esconderem o receio por não terem para onde ir. Segundo Ednardo Batista, 45, que há sete anos vende celular, rádio e carregadores, os comentários é que amanhã eles teriam de se mudar. “A gente teria até quarta-feira para sair, mas ninguém veio falar com a gente”.

JANINE MAIA
REPÓRTER

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=671096

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