média cearense
Ceará preencheu 76% das vagas ofertadas no Sine. É o terceiro maior índice do País, atrás do MA (91%) e AL (81%)
Com o desemprego em queda e a falta de qualificação no mercado de trabalho, preencher vagas não tem sido fácil para as empresas. De acordo com dados do Sine/IDT Ceará (Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), na média do ano passado, das oportunidades postas à disposição, 24% acabaram não sendo aproveitadas e 76% foram encaminhadas com sucesso, tendência que permanece.
O percentual não utilizado, mesmo elevado, é o terceiro melhor do País, abaixo apenas dos números do Maranhão (9%) e Alagoas (19%). Segundo o Sine/IDT, foram 120.422 postos ofertados, dos quais 91.593 foram ocupados, totalizando 28.829 vagas que ficaram ociosas.
De acordo com o coordenador de Intermediação de Profissionais do Sine/IDT, Antenor Tenório, em comparação com a média nacional, que é de 34% de aproveitamento, o Ceará se coloca em posição de destaque no grau de eficiência dos encaminhamentos.
Alternativas
Ele lembra que essas quase 29 mil vagas não ficaram necessariamente inativas. “Quando as empresas tentam com a gente e não conseguem preencher, eles costumam partir para outras alternativas, como publicações em jornais, indicações de pessoas que já trabalham no local e até mesmo contratação de empresas de consultoria para selecionar esses trabalhadores”, enumera. Em último caso, quando todas as opções se esgotam, os contratantes acabam tendo de formar o profissional, por meio de algum programa de qualificação, completa Tenório.
Qualificação é baixa
Segundo ele, quando as vagas exigem um currículo com grande nível de complexidade e conhecimentos muito específicos, costuma haver demora para achar candidatos à altura. “A qualificação é muito baixa. Lidamos bastante com falta de experiência”, lamenta Tenório.
Banco de dados
Algumas empresas, diz ele, usam o Sine apenas para fazer banco de dados, prática que acaba ludibriando os interessados. “Elas anunciam vagas, mas, às vezes, acaba acontecendo que o preenchimento não é para aquele momento, e sim para o futuro. Nós tentamos evitar isso, mas acaba ocorrendo”, diz.
No intuito de otimizar o processo, diz Tenório, o IDT tem realizado oficinas para preparar o trabalhador que pleiteia o posto na seleção, com dicas para orientar os interessados no momento da entrevista. Outro serviço é o Núcleo de Psicologia, oferecido às empresas para processos seletivos. “Esse núcleo é um diferencial. Muitas vezes a empresa não é daqui e, quando chega para contratar, não tem estrutura. Ajudamos nessa questão, fornecendo psicólogos”, diz. “Outro ponto é a imprensa. Sempre divulgamos vagas em rádio, televisão e jornais”, completa.
VICTOR XIMENES
REPÓRTER
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1056807