3º MAIOR NO PAÍS
Em termos de participação, a Capital cearense aparece na quinta posição, segundo estudo do Ipece
Com 23,6% dos trabalhadores ocupados sem carteira assinada, Fortaleza aparece na quinta colocação entre as capitais brasileiras com o maior proporção de profissionais na informalidade. São 262.828 pessoas nessa condição, contingente que a coloca ainda na terceira posição na quantidade de informais, considerando o número absoluto. À sua frente, estão apenas as cidades de São Paulo (839.722) e Rio de Janeiro (423.888).
É o que revela o Perfil Municipal de Fortaleza, desta vez com ênfase na Dinâmica do Emprego, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que faz uma análise descritiva do emprego na Capital cearense compreendendo os anos de 2000 a 2010, tendo como base o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Desafio
Na avaliação do diretor Geral do Ipece, Flávio Ataliba Barreto, a questão coloca-se como um grande desafio para quem assumir a próxima gestão municipal, depois do pleito deste ano.
“A posição que Fortaleza ocupa dentre as demais capitais brasileiras, em relação à informalidade, suscita a possibilidade de políticas públicas que incentivem à formalização desses trabalhadores. Ainda é um grande contingente de pessoas sem proteção social, além do que trabalhadores formalizados representam mais receita por meio do pagamento de impostos”, destaca Ataliba.
Ao mesmo tempo, o estudo também revela que apesar de 53,6% das pessoas (597.449) ocupadas na Cidade já apresentarem vínculo formal de trabalho, ou seja, têm a sua carteira assinada pelo empregador, essa participação ainda se encontra na 22ª posição entre as capitais das 27 unidades da federação.
Já os que trabalham por conta própria ou são empregadores respondem por 22,8% dos ocupados, o que equivale a 253.417 profissionais.
Emprego formal
No que tange ao emprego formal, Fortaleza registrou bom desempenho em termos quantitativos na geração de novas vagas de trabalho. Entre os anos 2000 e 2010, contabilizou o décimo maior crescimento em meio às demais capitais brasileiras (75,27%), saindo de 413.938 para a criação de 725.525 postos de trabalho, resultando em mais de 310 mil novas vagas. Evolução que a colocou, ainda, como a segunda do Nordeste nesse quesito, em igual período.
Setores
Das atividades que concentraram o maior número de vagas de empregos formais os Serviços vêm em primeiro, com aumento de 282. 876 postos, o que corresponde a participação de 38,99% – destaque para os segmentos de administração técnica profissional e alojamento e comunicação. Em seguida aparece a Administração Pública (157.368 empregos e 21,6% de participação) e o Comércio (131.633 postos e 18,14% do total).
A Indústria de Transformação, por sua vez, surge com 88.583 empregos, o que significa uma participação de 12,21% sobre o número de empregos formais. Chama a atenção ainda o incremento de 165,18% na quantidade de vagas geradas pela Construção Civil, , entre 2000 e 2010, saindo de 21.945 para 58.194 empregos.
Grau de instrução
Apesar da melhora ocorrida em termos da educação formal do trabalhador cearense, o grande incremento em termos absolutos ficou com o grupo do ensino médio. Dos mais de 310 mil empregos gerados, entre 200o e 2010, em torno de 204 mil apresentavam o ensino médio completo, com 77 mil pertencendo ao grupo dos profissionais com ensino superior completo.
“Devido ao maior número de trabalhadores com qualificação mais baixa, a remuneração média acaba sendo achatada, tanto que Fortaleza tem o pior salário médio entre as capitais (R$ 1.504,37)”, avalia Ataliba.
ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER
Fonte Diário do Nordeste