8/2/2011
Ainda pagando as contas feitas no Natal e os impostos do começo do ano, consumidores devem poupar mais
Os compromissos financeiros do começo do ano – pagamentos de impostos, matrícula e material escolar, faturas de cartões utilizados no Natal – acabaram se refletindo na baixa pretensão de compras dos consumidores de Fortaleza para este mês. Com esse cenário, apenas 39% dos consumidores da Capital cogitam adquirir novos produtos em fevereiro, sugerindo que 61% devem evitar gastos maiores.
Ainda assim, o resultado dos que pretendem gastar é superior ao verificado em janeiro (37,9%), mas inferior a igual mês de 2010 (40,8%). Em dezembro, a pretensão de compras alcançava 53,8% dos residentes na cidade.
Confiança recua
Em fevereiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresenta valor de 138,2 pontos, abaixo do verificado em janeiro (141,8 pontos) e levemente superior quando comparado a fevereiro de 2010 (136,1). Os dados integram a Pesquisa “Confiança e intenção de compras do Consumidor de Fortaleza”, divulgada ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), órgão vinculado à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio/CE). O estudo foi elaborado em parceria com o Banco do Nordeste (BNB).
Perfil
A Expectativa de Compra é mais expressiva entre os consumidores do sexo feminino (40,3%), no grupo com idade entre 18 e 24 anos (50,4%), com nível de escolaridade médio (40,2%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (51,6%).
Entre os produtos mais apontados estão: móveis (14,5%), aparelhos de televisão (13,4%), artigos de vestuário (12,8%) e, em seguida, geladeira e refrigeradores (10,3%).
“Como os consumidores foram muito às compras no fim do ano, em janeiro, a pretensão de consumir arrefeceu um pouco. Mas, já em fevereiro, antes de chegar o Carnaval, a intenção de compras já mostra um índice mais positivo do que os 38% que estávamos esperando”, comenta o vice-presidente da Fecomércio, Ranieri Leitão.
Bens duráveis
A maioria das pessoas entrevistados pela pesquisa do IPDC (75,8%) considera o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis. Dentre os que demonstram maior otimismo, destacam-se os consumidores do sexo masculino (76,5% de resposta positiva), com idade entre 18 e 24 anos (76,9%), com nível de escolaridade superior (81,4%) e os com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (88,5%).
Neste segundo mês do ano, embora as pessoas mantenham-se conservadoras na hora de abrir a carteira, Ranieri Leitão destaca que as estratégias de “promoções nas grandes lojas e a facilidade de parcelamento” têm levado os fortalezenses a retomarem o consumo de artigos considerados mais caros.
A pesquisa ainda revela que o valor médio das compras deve ficar em torno de R$ 500,55. O grupo com renda familiar superior a dez salários mínimos mostra disposição maior, com gastos médios estimados em cerca de R$ 595,11.
Situação financeira
Para 87% dos consumidores da Capital, a situação financeira atual da família está boa ou ótima, em relação à de um ano atrás. Já um contingente de 39,8% dos entrevistados acredita que, para os próximos doze meses, a situação financeira da família estará boa ou ótima. “O cenário político atual e o desemprego em queda foram apontados como grande referencial para o aumento da intenção de compras neste mês em relação a janeiro”, acredita o vice-presidente da Fecomércio/CE.
O ICC é uma medida sintética de indicadores da percepção do consumidor quanto à sua situação econômica, composto do Índice da Situação Presente (ISP) – que ficou em 133,7 pontos em fevereiro e do Índice das Expectativas Futuras (IEF) – que marcou 141,2 pontos.
O índice funciona, portanto, como um indicador do potencial de consumo, baseado na opinião de consumidores. Ele varia de 0 a 200, sendo 100 a fronteira entre a situação de pessimismo e otimismo.
Análise
“A intenção de compras mostra um índice mais positivo do que os 38% esperados”
Ranieri Leitão
Vice-presidente da Fecomércio/CE
LÍVIA BARREIRA
REPÓRTER
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=930130