A atual cúpula da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) precisa urgentemente se manifestar sobre os fatos dando conta de que milícia comandada por um tenente da Polícia Militar estaria vendendo proteção a fabricantes de CDs e DVDs piratas, com o agravante de estar ameaçando de morte a atual secretária Executiva da Regional do Centro de Fortaleza, Luiza Perdigão. A denúncia é de conhecimento da Secretaria da Segurança na gestão anterior e nada foi feito para conter essa ilegalidade, mesmo com pedidos do ex-secretário Roberto Monteiro.
Segundo o próprio ex-secretário, tanto a cúpula da PM como a Corregedoria Geral dos Órgãos da Segurança Pública e Defesa Social foram comunicadas das denúncias. Na informação enviada ao comandante da PM, através do ofício 179/2010 do dia 25/1/2010, Roberto Monteiro chega a apontar nome e apelido do oficial que vem atuando ilegalmente desde 2007. Fatos dessa natureza chocam a todos e só reforçam a descrença da população nas
instituições, aumentando o clima de insegurança.
É a ação de policiais que descambam para o crime – felizmente a minoria dentro da PM – que mancham a imagem da corporação e da maioria de seus integrantes que honram o seu trabalho. Faz-se necessário, portanto, que a cúpula da Segurança no Estado tome medidas enérgicas e identifique o porquê de não ter avançado a investigação sobre o caso solicitada pelo ex-secretário, sob pena de passarmos a viver em pouco tempo situações já conhecidas de outras cidades do Brasil. No momento em que milícias comandadas por policiais passam a ameaçar até agentes públicos, o Estado é que está em risco.
É do conhecimento de todos os episódios recentes acontecidos no Rio de Janeiro com a ocupação por forças de Segurança de áreas urbanas antes em poder de facções do crime. A situação gravíssima a que se chegou foi resultado da ação criminosa do tráfico de drogas, que gozava da proteção de um grupo de maus policiais que depois “evoluíram” para as milícias armadas.
As milícias cariocas se estabeleceram graças à omissão e à cumplicidade dos poderes constituídos. Não podemos aceitar que em Fortaleza passemos também por situações do tipo.