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“A sobrevivência de uma empresa depende de reinvenção”

By 11/08/2016agosto 21st, 2016No Comments

O aumento de 23% no número de pedidos de falência nos primeiros sete meses de 2016 – conforme levantamento da Boa Vista SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito – traz à tona a discussão sobre o que as empresas devem ter para manter um bom desempenho. Independente da crise econômica, o filósofo e historiador Leandro Karnal defende que  “a sobrevivência de uma empresa depende de reinvenção permanente”.

Foi o que declarou durante o último dia do Encontro Nacional da Cadeia do Abastecimento (Enacab 2016) realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em São Paulo. De acordo com Karnal, o brasileiro – incluindo empresários – não costuma traçar ou repensar suas estratégias, permanecendo em uma zona de conforto, área para a qual todas as pessoas estão inclinadas.

“Mudar é difícil, mas não mudar é fatal. A mudança é absolutamente inevitável. Se você não tem vontade de mudar, não tem estômago para concorrência, a única alternativa é o suicídio comercial, sair do jogo”.

Além de ter consciência de seu próprio negócio, ele vê a estratégia como uma ferramenta importante para administrar a limitação de pessoal, de tempo (prazos) e de recursos limitados. “A racionalidade estratégica permite prever para onde se vai e não apenas ser reativo, mas propositivo”.

“Trabalhamos mal”
A quantidade de informações, a rapidez tecnológica e a maior exigência no trabalho, segundo ele, levam as pessoas a trabalharem mais do que deveriam. “Trabalhamos muito porque trabalhamos mal. O padrão é velocidade e sobreposição de tarefas. O mundo exige cada vez mais, que eu perca o foco, me canse, esvaziando o sentido. Isso se tornou suicídio ético do trabalho”.

Para otimizar o desempenho das empresas, o historiador diz ser necessária, portanto, a recuperação da concentração e do foco dos profissionais, imersos em um mundo “líquido, rápido, sem fronteira, onde tudo parece estar derretendo. Não consertamos mais relações, nem aparelhos”.
(Lígia Costa, enviada a São Paulo. A repórter viajou a convite da Abad)

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