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Juros do cartão de crédito atingem 475,2% ao ano – DN

By 29/09/2016outubro 1st, 2016No Comments

Os juros do cartão de crédito rotativo alcançaram 475,2% ao ano em agosto, maior taxa para essa modalidade de crédito desde que o Banco Central (BC) começou a divulgá-la, em março de 2011. É uma taxa 71,7 pontos percentuais maior do que a observada em igual mês do ano passado, e 3,75 pontos percentuais mais alta que em julho.

As operações à vista no cartão de crédito totalizaram R$ 122,8 bilhões no mês passado, um aumento de 7,1% em comparação com agosto de 2015 – Foto: MARCOS SANTOS

Esse tipo de operação somou R$ 38,1 bilhões no mês passado, 0,3% a mais que em julho e 18,2% de alta na comparação com o mesmo mês de 2015, o que mostra que um número crescente de consumidores estão migrando do crédito parcelado para o rotativo.

“Esse aumento é uma má notícia, já que essa operação tem uma taxa de juros bastante elevada”, alertou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. “É um tipo de crédito que deve ser usado com parcimônia, em períodos muito curtos de tempo”, disse.

Operações e outras taxas
As operações à vista no cartão de crédito totalizaram R$ 122,8 bilhões no mês passado, um aumento de 7,1% em comparação com agosto de 2015, segundo divulgou nessa quarta-feira (28) o Banco Central. Em relação a julho, o crescimento dessas operações foi de 3,3%.

Tulio Maciel ressaltou que, apesar de esses empréstimos no cartão virem aumentando na comparação com 2015 ao longo do ano todo, no mês de julho, por exemplo, a alta em 12 meses foi de 3,8%. Ou seja, esse crescimento do uso do cartão está se intensificando.

Conforme o BC, a taxa média de juros no crédito livre subiu de 52,7% ao ano em julho para 53,0% ao ano em agosto. Em agosto de 2015, essa taxa estava em 45,4% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 72,0% para 71,9% ao ano, de julho para agosto, enquanto para pessoa jurídica, foi de 30,4% para 30,7% ao ano no mesmo período.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa avançou de 318,4% para 321,1% ao ano na mesma comparação. Com isso, o patamar de juros cobrados nesse tipo de empréstimo continua como o maior da série iniciada em julho de 1994. Para o crédito pessoal, passou de 53,4% para 53,3% ao ano.

1ª queda desde 2007
A recessão, o aumento dos juros e a queda da confiança desidrataram o mercado de crédito brasileiro e, pela primeira vez desde 2007, o estoque de empréstimos e financiamentos caiu na comparação com um ano antes. O estoque de crédito às famílias e empresas somou R$ 3,115 trilhões em agosto, valor 0,6% menor que o registrado um ano antes.

De acordo com o BC, os bancos vão registrar, este ano, a primeira queda no saldo das operações de crédito, na série histórica, com um recuo de 2%.

Fonte: Diário do Nordeste.