Varejo reage, mas lojas continuam vagas
O pior momento para o comércio ficou para trás tanto em vendas como em fechamento de pontos comerciais. A queda dos juros, da inflação e da inadimplência do consumidor, a recuperação do emprego e a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS deram um impulso para as vendas. No entanto, o ritmo de crescimento dos negócios no varejo ainda não foi suficiente para reativar a abertura de lojas e ocupar o grande número de imóveis comerciais vagos espalhados pelos principais corredores comerciais e também as lojas de shoppings.
No primeiro semestre deste ano, entre aberturas e fechamentos, 17.311 lojas formais enceraram as atividades no País, revela um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), com base nas empresas informantes do Caged. É um número bem menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 67.211 pontos comerciais fecharam. Mas o saldo ainda é negativo.
Em 2016, quando o volume de vendas do comércio no País teve a maior retração da história, um tombo de 8,7% ante 2015 para o varejo ampliado – inclui veículos e materiais de construção-, o saldo de lojas fechadas também foi recorde: 105.422. Para este ano, a CNC projeta um avanço de 2,2% nas vendas sobre 2016. Porém o saldo de lojas fechadas no ano ainda será negativo em 25 mil pontos de venda.
“O aumento de volume de vendas no varejo ainda não foi suficiente para resgatar a reabertura de lojas”, afirma Fabio Bentes, o economista-chefe da CNC e autor do estudo. Ele explica que é necessário uma série mais longa de crescimento de vendas para que o varejo, que tem margens reduzidas, se torne atraente e o empresário volte a investir na abertura de lojas. “No caso do varejo ampliado, só estamos tendo crescimento de vendas há três trimestre e o aumento no último trimestre do ano passado foi muito pequeno”, observa.
De acordo com o estudo da CNC, o Estado de São Paulo, que responde por 35% do varejo do País, o saldo negativo de lojas fechadas está cedendo, mas de forma lenta, observa Bentes. Em contrapartida, no Rio de Janeiro, por conta da crise financeira que castiga o Estado, o saldo de lojas fechadas cresce e o comércio encolhe.
Lentidão
Apesar da melhora do varejo em geral, na avaliação de Bentes, a reação do mercado é lenta e deve levar algum tempo para o comércio parar de fechar pontos de venda. “Para zerar esse déficit de lojas eu apostaria na primeira metade do ano que vem, se a situação continuar melhorando. Talvez na virada do primeiro para o segundo trimestre”, prevê.
O economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice FipeZAP que monitora o mercado de imóveis comerciais e residenciais, concorda com Bentes. “Aparentemente as coisas pararam de piorar: os preços do mercado imobiliário ainda caem, mas com ritmo menor. Enquanto não tivermos uma reação mais forte da economia, vamos continuar com esse mercado sofrendo”, diz.
Aparentemente, diz Zylberstajn, a economia está hoje num ponto de inflexão, que precisa ser confirmado. “O ponto que estamos é o primeiro passo para uma melhora, mas até atingirmos um nível de atividade que cause um movimento mais forte no mercado imobiliário, tem chão. Não acredito que isso ocorra no ano que vem”, afirmou o economista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Link:https://www.opovo.com.br/noticias/economia/ae/2017/10/varejo-reage-mas-lojas-continuam-vagas.html
Frota de veículos cresce 77% no período de 7 anos
A frota do Estado cresceu 77% nos últimos sete anos. De acordo com os dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), em 2010, eram 1.706.361 veículos circulando no Ceará. Este ano, até agosto, o número já ultrapassou os 3,02 milhões, colocando o Ceará em nono lugar do País em frota, perdendo para São Paulo (26,4 mi), Minas Gerais (10,2 mi); Paraná (6,9 mi); Rio Grande do Sul (6,4 mi) e Rio de Janeiro (6,3 mi). No entanto, há uma desaceleração do crescimento desde 2015.
A média de crescimento era em torno de 10% nos anos anteriores. De 2015 para 2016, o crescimento foi de 4,36%. O ritmo de 2017 também aponta uma tendência a se manter nessa faixa. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade federal do Ceará (DET/UFC), Bruno Bertoncini, são vários os fatores que podem impactar na retração do crescimento da frota, mas a crise financeira parece ser a mais forte.
Histórico
“A crise é um fator e a melhoria de outros meios de transporte também. Embora, pelo histórico de Fortaleza, não tivemos uma mudança substancial no trânsito, muito provavelmente é um reflexo da crise econômica que envolve o País”, justifica.
Outro ponto que corrobora para que a instabilidade econômica seja a grande responsável pelo novo ritmo – mais lento- de crescimento é o envelhecimento da frota. O Estado já apresentou metade dos veículos novo ou seminovo. No entanto, hoje, menos de um terço dos veículos, 31%, circulam no Estado com até cinco anos de uso. Entre cinco e 10 anos, 31%, com mais de 15 anos são 25% e, entre 10 e 15 anos, são 13%.
No ano de 2010, o cenário era bem diferente. Veículos novos e seminovos correspondiam a 46,4% de toda a frota do Estado. Os que estavam entre cinco e 10 anos e os com mais de 15 anos eram 19%. Os que já estavam entre 10 e 15 anos de uso chegaram a 14%.
“Uma frota velha implica em veículos que necessitam mais de manutenção. E a gente sabe que o brasileiro não faz manutenção. Observamos maior ocorrência de veículos parados nas vias, aumentando os congestionamentos, e o aumento da poluição atmosférica. Isso é muito grave”, explica Bertoncini.
Alerta
O especialista alerta que é importante ainda levar em consideração o número de viagens realizadas no Estado e o de usuários dos transportes públicos para saber se os donos de veículos particulares passaram a utilizar os transportes coletivos.
Dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) revelam que, há pelo menos cinco anos, uma redução de usuários vem se apresentando. Em 2012, a média mensal de passageiros pagantes registrada nos ônibus da Capital era igual a, aproximadamente, 24,8 milhões. No ano passado, esse total chegou a cerca de 23 milhões. Em números absolutos, os coletivos perderam mais de 20 milhões de usuários apenas nesse período.
Queda
O caminho é o mesmo de outras Capitais do Brasil. De acordo com estudo da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) divulgado este ano, além de Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo também viram seus números de usuários do transporte coletivo diminuírem no período.
Segundo o Anuário NTU 2017, entre os anos de 2013 e 2016, o total de passageiros transportados nas nove capitais caiu 18,1%.
No entanto, é preciso ressaltar algumas ações positivas dentro da área de mobilidade, sobretudo, na Capital cearense. Bertoncini cita o aumento da malha cicloviária de Fortaleza, que está com 214 km, melhoria de algumas linhas de ônibus, com ar-condicionado, além de programas de incentivo a outros modais, como o Bicicletar.
Mesmo com fiscalização intensa, feirantes tentam continuar na rua José Avelino
Após a entrega das obras de requalificação da rua José Avelino, na última sexta-feira, 6, ambulantes persistem no comércio no meio das ruas e calçadas. O clima de conflito e a correria quando o “rapa” chega, no entanto, permanece e afeta, inclusive, compradores e vendedores dos galpões.
Neste domingo, o primeiro após a conclusão da reforma, que também abrangeu a avenida Alberto Nepomuceno, a proporção da feira é consideravelmente menor. Agentes de trânsito, fiscais e guardas municipais transitam entre as ruas do entorno na intenção de coibir o comércio informal. Para alguns vendedores dos galpões, a situação piorou. “Caíram bastante as vendas. Tem ninguém. Quando tinha gente na rua, vinha gente de todo canto”, conta José Maria da Costa, 55, que trabalha no local há 12 anos.
Durante o início desta manhã, a reportagem presenciou situações de confronto entre fiscais e vendedores. Quando os gritos alarmam que a fiscalização está chegando, o alvoroço se instala. Vendedores rapidamente passam as mercadorias das mãos e braços para as sacolas e se dispersam. Em duas das abordagens, compradoras foram confundidas com vendedoras ambulantes. Uma mulher ficou com a perna ferida durante uma das ações de monitoramento.
Durante os cinco meses de intervenções no local, houve confrontos entre feirantes e a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF).
Com a requalificação da rua José Avelino, a rotina dos carregadores de mercadorias que precisam trafegar pela via mudou. Eles não podem mais circular pelas calçadas.
A intervenção contou com pavimentação e recapeamento das vias e substituição da iluminação da região por lâmpadas de LED. As calçadas foram alargadas e receberam medidas de acessibilidade, além da instalação de ciclofaixa e ecoponto na região.
Após seis reduções seguidas, estimativa para inflação tem ligeira alta
Depois de seis reduções seguidas, o mercado financeiro ajustou a projeção para inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2,95% para 2,98%, este ano. A estimativa é do boletim Focus, uma publicação divulgada toda segunda-feira no site do Banco Central (BC), com projeções para os principais indicadores econômicos.
Para 2018, a estimativa para o IPCA passou de 4,06% para 4,02%. Essa foi a sexta redução consecutiva. A estimativa para 2017 segue abaixo do piso da meta de 3%. A meta tem como centro 4,5% e limite superior, 6%.
Na última sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA fechou o mês de setembro com variação de 0,16%, abaixo dos 0,19% de agosto. Nos primeiros nove meses do ano, o índice acumula variação de 1,78%, bem abaixo dos 5,51% registrados em igual período de 2016. Esta é a menor taxa acumulada setembro desde 1998, quando se registrou 1,42%. Em 12 meses o índice em 2,54%.
Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Já quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A expectativa do mercado financeiro para a Selic permanece em 7% ao ano, tanto para o final de 2017 quanto para o fim de 2018.
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, permanece em 0,70%, este ano. Para 2018, a estimativa de expansão passou de 2,38% para 2,43%.