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Opinião DN – Incivilidade urbana

By 19/09/2010fevereiro 14th, 2011No Comments
DEBATES E IDEIAS 4 (19/9/2010)
De há muito Fortaleza perdeu ares de cidade bucólica e provinciana. Movida pelo dínamo das transformações econômicas, cresceu. Agigantou-se em poucas décadas, se comparada às suas antigas proporções. Tal crescimento, se trouxe consigo uma série de ganhos e progresso para a capital cearense, igualmente gerou uma gama de fenômenos e problemas sociais, que hoje assolam a população local. Além do gradativo aumento da violência, da precariedade do sistema urbano de transporte coletivo e da deficiência no atendimento dos postos de saúde da rede pública municipal – apenas para citar alguns – , um outro passou a incorporar-se à paisagem fortalezense. O assunto foi trazido à baila neste matutino, em sua edição dominical passada, retratando as consequências nefastas que a poluição sonora já vem trazendo para os cidadãos desta urbe.

É visível, por onde se ande nesta capital, a falta de respeito ao sossego alheio. Na área central, lojas anunciam promoções por meio de alto-falantes em suas calçadas ou carros de som que atravancam o trânsito, numa concorrência predatória que não mede resultados. Na periferia, o desrespeito é também flagrante, pois é ainda maior a utilização desses carros, a todo volume, para divulgar toda sorte de atividades econômicas, sem a mínima preocupação com a tranquilidade pública. Some-se a isso o barulho provocado por veículos particulares com equipamentos sonoros possantes, estabelecimentos comerciais e, agora, até a propaganda eleitoral. Outra  é o inferno que virou o trânsito local, produzindo, com suas buzinas e a má educação de muitos guiadores, um quadro de total balbúrdia. No fogo cruzado estão os munícipes, bombardeados por todos os lados com a barulheira infernal, sem saber que providências tomar para coibir tais abusos. Apesar dos seus esforços, o Disque-Silêncio tem sido ineficiente, de modo a desencorajar os transgressores da lei. Sob o olhar complacente de quem deveria reprimir os infratores, é o povo que sofre com o estresse do dia a dia, sacrificando seu sossego em meio a tantas demonstrações de incivilidade.

GILSON BARBOSA
jornalista

Fonte      diariodonordeste.com.br

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=853805

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