Com o avanço das obras do Metrofor, vendedores ambulantes da rua Liberato Barroso estão avançando para a praça José de Alencar. Transferência deles para Praça da Lagoinha fracassou.
O avanço das obras do metrô de Fortaleza, no Centro, tirou os vendedores ambulantes da rua Liberato Barroso, entre a rua 24 de Maio e a avenida Tristão Gonçalves. A expectativa da Prefeitura era de que os vendedores de confecção do trecho fossem dividir espaço entre as bancas instaladas na Praça da Lagoinha, mas o plano não deu certo. Sem o antigo local de venda e sem espaço na Feira da Lagoinha, os ambulantes estão migrando para a praça José de Alencar.
“Levaram a gente para lá (Praça da Lagoinha), mas não coube todo mundo”, conta o ambulante José Prudêncio, 29. Ontem, o lado da praça à esquerda do Theatro José de Alencar estava tomado pelas confecções. “Isso porque foi dia de chuva. Senão, estava mais lotado”, conta o vendedor Romano Lopes, 40.
A vendedora Vera Silva, 51, diz que os ambulantes da Liberato Barroso vieram de feiras de bairros e da rua José Avelino. “De certa forma estão atrapalhando a gente. Quando é divulgado cadastramento vem todo mundo vender”, relata.
Ainda segundo ela, muita gente é atraída pela lenda de comerciantes que “ficaram ricos” no antigo Beco da Poeira. “Eles acham que vai ser igual. Mas ninguém faz mais fortuna”, garante.
A transferência dos vendedores da rua Liberato Barroso foi iniciada na semana passada, mas na Praça Capistrano de Abreu, conhecida como Praça da Lagoinha, não há quem dê notícia dos novos vendedores. “Vieram de lá, montaram algumas barracas e não vieram mais trabalhar. Não cabe todo mundo”, reclama o vendedor Wilson Filho, 46, há mais de dois anos na Praça da Lagoinha.
Solução
A retirada dos vendedores da rua Liberato Barroso casa com a intenção da Prefeitura de reunir num só espaço todos os ambulantes da área. A solução definitiva para a ocupação indevida do espaço público, porém, só deve vir com a construção de um camelódromo em um terreno na rua Princesa Isabel, ainda sem prazo definido para ficar pronto.
A titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luíza Perdigão, reconhece a dificuldade para realocar os ambulantes e aponta que a Sercefor estuda a remontagem da Feira da Lagoinha para diminuir o tamanho das barracas e, assim, encontrar espaço para todos.
“Como os vendedores estão muito espalhados, a gente tem de ter alguma forma de controle. Mas isso é algo provisório. Não nos interessa ficar (para sempre) na Lagoinha”, argumenta a secretária. Ela acrescenta que, em diálogo com os vendedores, a expectativa é fazer a remontagem da Feira em até 15 dias.
Onde
ENTENDA A NOTÍCIA
É muita confecção para pouca calçada. Entre a praça José de Alencar e Praça da Lagoinha 1200 vendedores ambulantes disputam o espaço público. Na Praça da Lagoinha, os 480 vendedores vão precisar afastar mais um pouco para receber vendedores da rua Liberato Barroso. Haja acocho.
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