[15 fevereiro 2006] Ao todo, foram 85.196 empreendimentos cadastrados pelo Censo do Comércio de Fortaleza. Desse total, mais da metade (56,6%) são informais. Dado que preocupa, mas, de acordo com os representantes das entidades comerciais, não chega a surpreender. “Muito já se falava em informalidade, mas agora temos números que comprovam, não é mais empirismo”, comentou Régis Dias, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Entre os motivos para a informalidade, o principal – alegado por 38,68% das empresas – foi a falta de condições financeiras e capital de giro. Em seguida, os argumentos mais citados foram: “não vê vantagem em se formalizar” (14,55%), “empresa é pequena, não compensa” (13,18%), “custo muito alto para formalizar” (12,94%¨). De acordo com a diretora do IPDC, Renata Serra, o alto índice de informalidade está relacionado também à grande predominância das microempresas. “A análise dos dados por porte permite deduzir que a informalidade das atividades empresariais está basicamente restrita às microempresas”, considera. Estas representam nada menos que 95,24% dos estabelecimentos mapeados. Outras 4,21% são pequenas; 0,37% são médias e apenas 0,18% são grandes empresas. O critério desta classificação é o do Sebrae, que estabelece como micro as firmas com zero a nove funcionários. Outro indicativo mostrado pelo Censo do Comércio de Fortaleza foi a importância do setor de serviços. Apesar de ainda menor que o comércio de bens (que representa 55% das empresas), ocupa um espaço significativo: 37,73% dos empreendimentos são exclusivamente prestadores de serviços. Há ainda as empresas mistas (comércio/serviço), que representam 5,86% do total. PÓLOS – “Os resultados do Censo comprovaram a importância do Centro da cidade para o comércio de Fortaleza”, analisa Renata Serra. O bairro se destaca como o principal, em concentração comercial de bens e serviços, com um total de 11.112 estabelecimentos. Número bem superior ao da Aldeota (4.188), segunda colocada no ranking, seguida por Mondubim (3.237), Barra do Ceará (1.961), Granja Portugal (1.868), Messejana (1.767), Jangurussu e Jardim das Oliveiras (1.755), Granja Lisboa (1.496), Joaquim Távora (1.488) e Montese (1.456). Os principais corredores comerciais são: Rua 24 de Maio (2.231), Av. Santos Dumont (1.285), Av. Dom Luiz (975), Rua Senador Pompeu (857), Av. Washington Soares (830), Rua Barão do Rio Branco (687), Av. Bezerra de Meneses (580), Av. Presidente Castelo Branco (540), Av. General Osório de Paiva (489) e Av. Monsenhor Tabosa (451). RAMOS & PRODUTOS – Entre os ramos de atividade, os que mais se destacam no comércio de bens e serviços são as mercearias e bodegas, que representam 9,44% do total de estabelecimentos, seguidas por bares e botequins (7,07%), artigos de vestuário (6,01%), mercadinhos/mercantis (5,36%), salões de beleza (4,88%), lanchonetes (4,62%), lojas de bazar/armarinhos/presentes e variedades (3,36%), entre outros. Os produtos mais comercializados na Capital são: bebidas em geral (19,88%), cereais e mantimentos (13,51%), artigos de confecção (11,54%), artigos de bomboniere/biscoitos (9,3%), pães e massas (4,21%), frutas/verduras/hortaliças (3,49%), ovos (3,2%) artigos de armarinho/bazar/variedades (3,13%), material de higiene e limpeza (3,02%), laticínios (2,46%) e cigarros (2,45%). Já os principais serviços prestados são: refeições/lanches (10,92%), serviços de salão de beleza (5,78%), mecânica de automóveis em geral (4,61%), serviços gráficos e fotocópias (1,28%), consertos para bicicletas (1,21%), serviços educacionais (1,08%), locação de vídeos/DVD’s (1,05%) e manutenção de eletroeletrônicos (1,05%). |