CENTRO DE FORTALEZA
Enquanto não ocupam o estacionamento do Mercado Central, os ambulantes tentam driblar a fiscalização.
A Prefeitura havia prometido tolerância zero para feirantes que insistissem em comercializar suas mercadorias na Avenida Alberto Nepomuceno e fora dos espaços demarcadas na Rua José Avelino e na Travessa Icó. Mas, ontem pela manhã, não foi o que se viu naquela área do Centro de Fortaleza.
Fiscais da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor) e guardas municipais postaram-se diante da Rua José Avelino. Enquanto isso, a poucos metros, ambulantes trabalhavam, tranquilamente, defronte ao Mercado Central, sem serem importunados pela fiscalização. Questionado sobre a situação, um dos responsáveis pela operação, vinculado à Sercefor e que preferiu não se identificar, disse que as equipes estavam cumprindo a ordem de evitar ocupação.
“A gente está aqui com um olho no gato e outro no peixe, como se diz. Enquanto fiscais e a guarda da Prefeitura estão parados na José Avelino, a gente aproveita pra vender na frente do Mercado Central. Não tem outro jeito. Quem está aqui não tem outra forma pra sobreviver”, afirmou um feirante que preferiu se identificar apenas como João.
“Enquanto a gente não for para a área do estacionamento abaixo do viaduto da Leste-Oeste, fica tentando vender na avenida, mesmo com o temor da fiscalização tomar as mercadorias”, confidenciou a feirante Maria de Lourdes Freitas.
Espaço
A titular da Sercefor, Luciana Castro Branco, prometeu que os feirantes que ocupavam a Avenida Alberto Nepomuceno serão transferidos para o estacionamento defronte ao Mercado Central. Contudo, ainda não há data definida para a ocupação do novo espaço, que deverá contemplar 300 ambulantes. A feira deve funcionar às quartas e quintas-feiras, sábados e domingos. “Eu quero ver como é que vai ficar a situação do restante dos feirantes que, como eu, também estavam na Alberto Nepomuceno. No estacionamento, não vai caber todo mundo e a gente vai acabar vendendo no meio da rua mesmo”, comentou o feirante Ricardo Lima.
Enquanto ambulantes agiam livremente defronte ao Mercado Central, ontem pela manhã, os feirantes da Rua José Avelino se amontoavam ao longo da via até próximo ao cruzamento com a Rua Boris. O espaço é diminuto para as vendas e a circulação da clientela. Não bastasse, eles convivem com a aflição de não saber para onde serão transferidos, pois a Justiça determinou um período de 45 dias para a completa desocupação do local.
FERNANDO BRITO
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste