TRANSFOR
Segundo vendedores, o dano nas vendas é enorme; preocupação é que a intervenção se estenda até o Natal
Os lojistas que trabalham no comércio do Centro da Capital estão preocupados com uma obra do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor). Desde que começou, há aproximadamente 15 dias, uma intervenção da Prefeitura em andamento na Avenida Barão do Rio Branco com a Rua São Paulo tem prejudicado a venda e o acesso dos clientes aos estabelecimentos. Pedras, terra e entulhos afastam até mesmo os compradores mais curiosos pelos produtos expostos. Maia Júnior, lojista e presidente do Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), afirma que, na quarta-feira (31), cerca de 16 homens estavam trabalhando no local, mas, ontem, durante todo o dia, a obra ficou completamente parada.
“Essa intervenção parada durante quatro dias vai atrapalhar ainda mais o comércio aqui, o que é um problema, já que eles precisam faturar”, explica. Ainda conforme o presidente da Ascefort, o comércio do Centro de Fortaleza rende mais de 68 mil empregos diretos.
Prejuízos
A maior insatisfação dos lojistas, porém, é que nenhum responsável da Prefeitura, nem mesmo os trabalhadores da obra informaram a data de conclusão. A preocupação é que ela se estenda pelos meses de novembro e dezembro, prejudicando o lucro, que duplica nesta época do ano.
Gerente de um comércio que fica em frente à obra, Danilo Freitas lamenta a falta de clientes. “Nós fazemos um planejamento para as vendas do fim de ano com o objetivo de contratar mais funcionários para a demanda que o Natal e o Ano Novo nos traz, mas, neste ano, não sabemos como vai ficar”, diz o comerciante, que pretendia contratar mais 18 funcionários durante os próximos meses.
No período natalino, conforme Danilo Nobre, as vendas chegam a aumentar quase 80%. No entanto, com falta de clientes, em apenas 15 dias, o comércio apresentou um saldo negativo de 70% nas vendas. “Quando eles estão trabalhando, não tem como vender. É areia, barulho, terra e muito entulho”, diz.
Nos horários de pico, segundo populares, o engarrafamento é comum entre as duas vias. Um estacionamento localizado em frente ao trecho em reforma fechou as portas e demitiu quatro funcionários por falta de carros, já que a rua está interditada para passagem de veículos. Uma lanchonete, também localizada próximo ao local, passa a maior parte do dia vazia.
Reclamação
Na opinião da dona de casa Cristina Mendes, a reforma deveria ser uma força tarefa, por se tratar de uma intervenção no Centro da cidade, local de grande comércio, sobretudo no fim do ano. Conforme Cristina, não são apenas os lojistas os prejudicados, os pedestres também, pois, com a intervenção, precisam se deslocar entre os entulhos jogados no chão.
A assessoria do Transfor informou que os trabalhadores têm um horário específico de trabalho, inclusive aos sábados, visando não atrapalhar tanto o comércio na área. Além disso, a parte de drenagem da obra já foi feita e espera-se que a mesma seja concluída até o fim deste mês.
LÍVIA LOPES
REPÓRTER
Fonte Diário do Nordeste