Notícias

Presidente do BNB acumulava funções

By 21/01/2013No Comments

BANCO DO NORDESTE
Ary Lanzarin confirma atuação como conselheiro de empresas privadas e diz que pediu desligamento

Segundo o presidente do banco, dinheiro recebido será devolvido ou doado a entidades FOTO: ALEX COSTA
Segundo o presidente do banco, dinheiro recebido será devolvido ou doado a entidades FOTO: ALEX COSTA

Menos de um ano após as denúncias de irregularidades no Banco do Nordeste (BNB), que levaram inclusive a substituição do ex-presidente Jurandir Santiago, um novo fato pode vir a abalar a imagem da instituição. O atual presidente do BNB, Ary Joel de Abreu Lanzarin, no cargo há quatro meses e meio, recebia irregularmente R$ 13 mil mensais, para participar do conselho fiscal de duas empresas privadas: Magazine Luiza (R$ 7.500) e Alelo (R$ 5.500), administradora de cartões do Bradesco em parceria com o Banco do Brasil.

A denúncia foi divulgada neste fim de semana em um jornal de São Paulo, e confirmada na noite de ontem, pelo próprio Lanzarin. “Foi um ato falho da governança do banco (BNB), que não me avisou (da proibição de ser conselheiro fiscal ) quando assumi a presidência, (em 06 de setembro do ano passado)”, atribuiu o executivo.

Acúmulo de cargos

Segundo ele, acumular as funções de conselheiro de empresas privadas eram permitidas pelo Banco do Brasil, instituição de onde era diretor, antes de assumir a presidência do BNB. “Sempre assumi funções de conselheiro de instituições públicas e privadas. No Banco do Brasil não tinha problema”, acrescentou.

Ele disse que desconhecia o artigo do Estatuto do BNB, cuja cláusula 26 versa que “sob pena de perda do cargo, não poderão o presidente e os diretores exercer qualquer outra atividade no serviço público, em empresas privadas ou como profissional liberal, salvo se por determinação expressa do presidente da República ou do ministro da Fazenda”. Conforme explicou, tão logo soube da proibição, encaminhou na última 5ª feira, cartas às duas empresas, pedindo desligamento dos dois conselhos, e comunicou a diretoria do BNB e ao Conselho de Administração do Ministério da Fazenda.

De acordo com Lanzarin, nesses quatro meses à frente do banco, teria participado de apenas duas reuniões, nos conselhos fiscais das duas empresas privadas. Nesse período, recebeu cerca de R$ 54 mil, dinheiro que conforme ele próprio afirmou, pretende devolver ou doar a entidades filantrópicas, apesar de entender que são honorários lícitos.

“Não sei se, por questões jurídicas, as empresas poderão receber a devolução. Se não, vou doar para entidades filantrópicas, de acordo com meu fluxo de caixa”, explicou.

Para ele, não houve conflitos de interesses entre as funções, já que as duas empresas não operam com o BNB, embora reconheça o potencial da empresa varejista de vir a ser cliente. Fontes ligadas ao banco temem pela imagem da instituição.

Renda extra
13 mil reais mensais era quanto o atual presidente do BNB recebia por mês, de duas empresas privadas para atuar como conselheiro fiscal

CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER

Fonte Diário do Nordeste
.