2º MAIOR NÍVEL EM DOIS ANOS
Percentual é o segundo maior dos últimos dois anos, ficando abaixo apenas do mês passado, aponta pesquisa
Mais da metade dos consumidores de Fortaleza possui algum tipo de dívida. É o que revela o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), vinculado à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Com 66,9% de endividados no mês de março, os dados apontam um decréscimo de 0,2 ponto percentual em relação ao mês imediatamente anterior, quando uma fatia de 67,1% da população tinha dívidas.
Embora tenha tido uma pequena queda, o número ainda é o segundo maior dos últimos dois anos, ficando em primeiro lugar o resultado registrado entre os fortalezenses em fevereiro. No mês passado, as promoções e o aumento do emprego formal impulsionaram o consumo na Capital.
Financiamento puxa
De acordo com o economista Alex Araújo, o resultado do mês de março é um reflexo das dívidas adquiridas a prazo nos primeiros meses do ano. “O que aconteceu é que um dos itens de dívida que mais cresceu foi exatamente a compra com financiamento que é feita com prazo mais longo. Isso faz com que esse patamar de endividamento fique relativamente estável”, diz o economista.
Conforme ainda o economista, a o comprometimento da renda do consumidor vai existir por um período mais longo. “Nos próximos meses a gente vai perceber uma estabilidade. Mesmo que o consumidor reduza o consumo”, comenta.
Consumo médio cresce
Enquanto no mês passado a pesquisa indicou um valor médio per capita de aproximadamente R$ 984, em março o gasto médio das dívidas subiu para cerca de R$ 1.036. Conforme Alex, o alto consumo no feriado prolongado de fevereiro influiu na dívida que aparece apenas no mês seguinte. “A expressão do valor e a presença do cartão de crédito no mês de fevereiro fizeram com que nós tivéssemos um crescimento muito grande por causa do Carnaval. Apesar de ter tido esse aumento, aconteceu muito mais por causa do feriado. A gente acredita que esse valor da dívida deve cair no curto prazo.
Inadimplência
A proporção de consumidores que não terão condições financeiras para pagarem suas dívidas teve redução de 0,9 pontos percentuais, ficando em 4,4% em março.
Orçamento familiar
Entretanto, a maior preocupação, de acordo com o economista, é a elevação do comprometimento da renda familiar, que, embora esteja caindo ao longo dos meses, ainda alcança o patamar de 28% no mês de março. A parcela era de 28,7% em fevereiro e 30,4% em janeiro.
“Continua a preocupação com o comprometimento da renda familiar, que ainda está muito elevada. Requer um monitoramento porque à medida em que as famílias ficam com renda muito grande ela perde a capacidade que tem de se ajustar a qualquer problema não muito comum, como doenças, por exemplo”, explica o economista.
A pesquisa revelou ainda que 12,2% dos entrevistados informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos e 9,1% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos.
Fonte Diário do Nordeste