ORDENAMENTO URBANO
Não é difícil para quem vai ao Centro de Fortaleza encontrar problemas das mais variadas ordens, seja o comércio irregular, o trânsito ou mesmo a dificuldade para caminhar nas calçadas. São situações que há anos incomodam a população e parecem não ter uma solução definitiva.
Em vias de maior fluxo, como as ruas Senador Pompeu e Major Facundo, vendedores ambulantes tomam conta de quase todos os espaços nos passeios, obrigando os pedestres a se arriscarem no asfalto. Os estados de conservação das calçadas também põem em risco os mais desatentos, que podem se acidentar em locais onde o piso está quebrado. Isso sem falar nos buracos nas ruas, que atrapalham tanto condutores quanto pedestres.
O vendedor ambulante Francisco das Chagas Lima trabalha há 32 anos no entorno da Praça do Ferreira e diz já estar acostumado com os problemas no local. Contudo, as condições dos passeios são os que mais o incomodam. “Tem que ajeitar essas calçadas. A gente precisa tomar cuidado para não tropeçar nos buracos”, disse.
A grande quantidade de lixo depositada nas esquinas e junto a postes também atrapalham quem caminha pelo local, além de contribuir negativamente com a aparência do Centro.
O trânsito é outro problema histórico da região, tanto pelo intenso tráfego quanto pelo desrespeito dos motoristas às normas de trânsito, especialmente com relação aos estacionamentos irregulares. Em poucos minutos, a reportagem flagrou várias irregularidades, como um carro e um caminhão ocupando a vaga destinada a uma ambulância, e uma ambulância ocupando uma vaga de táxi.
Com o objetivo de propor soluções para a área, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou ontem uma audiência pública para discutir o assunto. Segundo o vereador Deodato Ramalho, o Centro está vivenciando um estrangulamento total, necessitando de intervenções urgentes.
Terra de ninguém
Ele citou como exemplo o comércio ambulante na Rua José Avelino, no entorno da Praça da Sé. “A feira movimenta por dia R$ 20 milhões, mas não pode continuar daquela forma, como terra de ninguém”, critica. Para o comerciante Pedro César Bezerra, a situação da feira é a mesma em outros locais do Centro e de toda a Capital. “O grande problema é a falta de disciplinamento da feira”, disse.
Segundo o titular da Secretaria Regional do Centro (Sercefor), Ricardo Sales, a feira da Rua José Avelino sofreu um ordenamento, afirmando ainda que foram atualizados os cadastros de todos os ambulantes do Centro, que são 1.451. Sobre a ocupação das calçadas, Ricardo Sales afirmou que galerias e passeios estão recebendo pinturas de faixas amarelas e vermelhas. “Nas amarelas, os ambulantes podem trabalhar, nas vermelhas não”, explicou. A fiscalização, segundo ele, é feita através de blitze diárias.
Com relação ao lixo, o secretário garantiu que o material é recolhido diariamente. Há ainda 10 fiscais em bicicletas identificando problemas e informando os responsáveis pela solução. Já as irregularidades no trânsito são combatidas em parceria com a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC).
Fonte: Diário do Nordeste
.