CENTRO
Copa e protestos são fatores que dificultam o combate a abusos dos feirantes, segundo a Prefeitura de Fortaleza
Conhecida como feira da Rua José Avelino, o comércio popular do Centro de Fortaleza há muito ultrapassou o logradouro original. Apesar das áreas onde a venda de confecções e outros produtos é permitida, muitos feirantes insistem em expor seus produtos em locais irregulares, principalmente na Av. Alberto Nepomuceno.
Prevista para ser encerrada às 7h da manhã, a feira que acontece às quinta-feiras e domingos tinha ontem comerciantes trabalhando às 9h.
A ocupação da avenida gerou um grande congestionamento no entorno. Mesmo no meio da manhã ainda se viam carros estacionados irregularmente em caçadas, no meio-fio e até mesmo no retorno da via.
Os fiscais que vistoriam o local pareciam incapazes de resolver a situação.
“Legalmente, a gente pode fazer a apreensão. Mas se eu fizer, eu apanho”, disse um fiscal que não quis se identificar. Segundo ele, o apoio da Guarda Municipal e da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) são fundamentais, mas não aconteceram ontem. “Se tivesse pelo menos uma viatura aqui a noite toda, seria bom”, afirmou o fiscal.
De acordo com o titular da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor), Ricardo Sales, a Copa do Mundo e os protestos em curso na Capital têm prejudicado o apoio dos órgão públicos na feira. “Com a Copa acaba sendo pior, porque o Mercado Central é um atrativo para os turistas e a vontade de fazer a coisa errada aumenta”, informou.
Com relação ao número de fiscais, o gestor afirma que a quantidade é suficiente. “Na Regional são 178 terceirizados. A maioria trabalha como auxiliar. Num dia de feira, tem em torno de 20 trabalhando e numa situação como essa, nós deslocamos outros fiscais”, disse.
Ricardo Sales reconheceu o risco que os responsáveis pela vistoria correm. “Mas não deixamos de fazer nosso trabalho por isso”, ressaltou.
Segundo ele, as negociações para definir um novo local para a feira estão avançadas. “Neste período do ano que vem, é provável que não teremos mais estes problemas, e os feirantes poderão trabalhar de forma digna”.
Sobre o engarrafamento de ontem, a AMC confirmou que ele aconteceu pela demora da desmobilização da feira. Entretanto, conforme o órgão, a situação foi resolvida com a chegada de duas viaturas com três agentes controlar o tráfego e melhorar a fluidez.
Germano Ribeiro
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste .