Sete pessoas estavam na loja, na rua Major Facundo. Obra não possuía registro do Conselho de Engenharia. Pelo menos 12 desabamentos foram registrados em Fortaleza, neste ano, segundo levantamento feito pelo O POVO
Duas crianças morreram após serem socorridas em desabamento ocorrido em uma loja de variedades na rua Major Facundo, no Centro. O caso aconteceu na tarde de ontem durante uma obra no telhado no estabelecimento. As causas do acidente não foram identificadas. Este foi o 12º desabamento de estruturas como lajes, marquises e muros neste ano, em Fortaleza, segundo levantamento realizado pelo O POVO.
A loja seria de propriedade de uma família de asiáticos que estava no local no momento do desabamento. Conforme o coronel Carlos Viana, do Corpo de Bombeiros, pelo menos sete pessoas estavam na loja, sendo três crianças, a mãe delas e três funcionários. A mãe, Dan Xiaooyan, os filhos dela, Sofia Ayningaiei, 7, An Kang, de 8 anos, e An Xin, de 10, e um dos funcionários foram socorridos e encaminhados ao Instituto Doutor José Frota (IJF). An Kang e An Xin não resistiram aos ferimentos. Conforme nota do hospital, os adultos “tiveram lesões leves nos membros inferiores e passam bem”. Sofia teve alta. “O IJF informa ainda que está prestando toda assistência à família”, diz a nota.
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O trabalho para retirar as crianças dos escombros levou cerca de duas horas e teve apoio da Polícia Militar, que isolou o local, e de agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), que desviou o tráfego nas proximidades da Praça do Ferreira.
Segundo o chefe do setor de Fiscalização da Defesa Civil, Cristiano Ferrer, a casa vizinha, de número 670, tem sobrepeso no primeiro andar. “Orientamos o proprietário a esvaziar. Estamos à procura do proprietário do imóvel (onde ocorreu o desabamento) para tomar as providências, no caso o escoramento e até mesmo a autorização para a demolição”, relatou.
Ainda conforme Ferrer, a rua Major Facundo ficará interditada parcialmente e não será permitido estacionamento em um perímetro de 200 metros. Uma faixa deve ficar liberada para o trânsito. “A estrutura está comprometida. O lado esquerdo está com problemas, mas o lado direito está bem estruturado”, avaliou.
Obra clandestina
Conforme o superintendente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Modesto Cavalcante, levantamento inicial da entidade apontou que a obra não tinha registros no Crea. “Se trata de mais uma obra clandestina, sem acompanhamento de um engenheiro ou profissional habilitado”, disse.
FONTE: Jornal O POVO
Outros casos:
29/7/2015. Laje desaba em construção na rua Valdetário Mota, no Cocó. Quatro saíram feridos. Uma pessoa morreu.
19/6/2015. Laje desaba na rua Oriente, no Vicente Pinzon.
12/6/2015. Marquise de prédio desaba no bairro São João do Tauape.
7/6/2015. Cinco pessoas ficam feridas no desabamento da laje de uma academia, no Pirambu.
26/5/2015. Muro do Centro Educacional Dom Bosco, no Passaré, desaba após chuva.
11/5/2015. Fachada de prédio desaba na rua Pedro I, no Centro.
30/3/2015. Desabamento em churrascaria no bairro José Walter deixa dois feridos.
24/3/2015. Palhoça de barraca desaba na Praia do Futuro.
22/3/2015. Laje desaba no Bom Jardim e deixa dois feridos.
2/3/2015. Uma pessoa morre e duas ficam feridas em desabamento na rua Ana Bilhar, na Aldeota.
23/1/2015. Operário morre após parede de obra desabar na rua Oswaldo Cruz.
FONTE: Banco de Dados O POVO