COLUNA (2/9/2010)
A China nas calçadas de Fortaleza
Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, o Brasil não corre o risco de desindustrialização. O empresário brasileiro que fabrica tecidos, roupas, calçados, brinquedos, splits de ar condicionado, automóveis, televisores, lâmpadas, computadores, aviões e mil e uma outras coisas responde ao ministro: como não corremos esse risco, se há uma invasão de produtos da China em todas as calçadas, em todos os supermercados e em todas as redes de lojas das cidades deste País? Pior: uma invasão que junta os negócios formais e o contrabando. A China não é – como, lamentavelmente, o reconheceu o Governo do Brasil – uma economia de mercado. Há um modelo exótico, e único, movendo a economia daquele gigante asiático, que já é a segunda maior do mundo. Tudo na China é superlativo, do ponto de vista econômico. Mas quase tudo ainda é caótico, do ponto de vista social. Cearenses que viajam a negócios à China voltam trazendo opiniões divergentes: alguns juram ter visitado fábrica de tecidos com 1.500 operários, para os quais há um só banheiro usado por homens e mulheres; outros, sob o mesmo juramento, revelam que isso não é mais assim e que a classe média chinesa, que nem existia, já tem 800 milhões de incluídos. Quem quiser saber do que se trata aqui, é só passar pelas calçadas do Centro de Fortaleza. A indústria da China está lá!
Fonte: Diário do Nordeste http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=843944
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Salário chinês é mesmo o mínimo 13/3/2011
Samuel de Almeida, diretor de Relações Institucionais do Grupo Votorantim, diz a esta coluna: “US$ 8,32 é o salário-hora na indústria aqui no Brasil. Na China, ele é de apenas US$ 1,36. Na Índia, é ainda menor: só US$ 1,17”. Samuel pergunta: “Como competir?” Isso já foi pior: em 2003, na China, o custo-hora do salário na indústria era de apenas US$ 0,62. Ohh!!