A Pesquisa sobre o Potencial de Consumo do Fortalezense
Para o Natal deste ano, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), revela que 53,9% dos consumidores irão às compras, movimentando R$ 290 milhões no comércio varejista local.
O resultado projeta um crescimento de 7,4% sobre o valor faturado no Natal do ano passado (R$ 270 milhões), mantendo o Natal como a data comemorativa mais importante para o varejo de Fortaleza.
Presentes
O aumento no faturamento esperado decorre da combinação do avanço do percentual de consumidores que deverão comprar presentes (que subiu de 48,3%, em 2016, para 53,9% em 2017) e da ampliação do valor previsto dos gastos individuais, que passou de R$ 319 no ano passado, para R$ 335.0 mix de produtos não teve alteração e o consumidor mostra preferência pela compra de artigos de vestuário (64,7%), seguido de brinquedos (34,2%), calçados, cintos e bolsas (29,5%) e itens de perfumaria (16,6%).
Queda no consumo atinge supermercados no Ceará
Por causa dos efeitos negativos à economia, setor deverá fechar 2017 em estabilidade frente ao resultado do ano passado
Diante de um cenário ainda difícil na economia, em que a velocidade de retomada no emprego, por exemplo, é um processo que requer tempo – principalmente após a forte queda registrada nos últimos dois anos – o varejo de alimentos deve fechar o ano em estabilidade no Ceará. Na capital cearense, por exemplo, não apenas a queda do consumo, mas também a redução de preços pesou no faturamento dos supermercados, que oscilou durante o ano. Mesmo assim, o setor está otimista com relação às vendas neste final de ano, especialmente até o Natal.
A recente pesquisa sobre vendas de produtos natalinos no setor realizado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revela que haverá um aumento de 8,34% este ano. O otimismo também é observado pela Associação Cearense de Supermercados (Acesu), embora de forma mais tímida, entre 2% a 5% – bem aquém dos 20% do esperado em igual mês do ano passado. Segundo o vice-presidente da entidade, empresário Antônio Nidovando Pereira Pinheiro, o ano de 2017, em alguns meses teve uma perspectiva melhor para o segmento, “mas acabou que, em outros, voltamos à realidade parecida com 2016”.
Desafio
A deflação nos preços – verificada, inclusive em vários itens da cesta básica – combinada com a queda da demanda tem sido um desafio para os supermercadistas. “Houve (nos últimos meses) uma redução na questão do preço, uma deflação. Isso, praticamente, deu-se nos principais os itens da cesta básica, como arroz, feijão, açúcar, farinha, tomate e cebola, por exemplo. Houve, também, uma redução no consumo, mas que foi muito insignificante. Na realidade, o consumidor continuou consumindo, mas os supermercados reduziram o faturamento por conta da deflação nos preços”, avalia Pinheiro.
O dirigente aponta que ao longo do ano, em alguns meses houve saldo negativo do setor em Fortaleza, enquanto que, em outros, chegou a ser melhor que o ano passado, o que vem equilibrando o desempenho. “É como se tivesse alinhado: quando tivemos crescimento, houve deflação e acabou perdendo o crescimento anterior”, destacou o empresário.
Na tentativa de amenizar as perdas, o dirigente informa que os supermercadistas têm acompanhado o comportamento, e fazendo um trabalho melhor na redução de custos, medindo a produtividade dos colaboradores. “Todas as empresas, todos os varejistas, tiveram que se reinventar novamente. Quando ele perde o faturamento, ele tem que buscar outras alternativas, e a alternativa que esteve mais fácil foi essa de maior controle, o que nos ajudou a chegar no final do ano com a cabeça erguida ainda”, relata Nidovando. Nesse movimento de contenção de custos, ele informou que houve cortes de emprego no setor, mas de forma menos intensa este ano. Além disso, não houve contratação de temporários para este final de ano.
Otimismo
Assim como nos anos anteriores, os estabelecimentos anteciparam a compra de produtos típicos de Natal ainda em setembro, a exemplo de aves, panetones e vinhos. “As indústrias, desde setembro deste ano, já vêm acionando os varejistas e, neste mês (de dezembro), quase todos já estão com produtos (natalinos) em casa e em exposição, mesmo a gente sabendo que as vendas realmente acontecerão nos últimos oito dias para o Natal e final de ano, que é quando acontecem as vendas”, declarou. Com isso, a estimativa é de que as promoções estimulem as vendas de determinados produtos, concentrando o lucro na quantidade comercializada.
Assim como em 2016, Pinheiro afirmou que não houve aumento nos estoques deste ano, ainda por conta da desconfiança do setor. “Todos os varejistas estão muito cautelosos com a questão de estoques, até porque, quando se compra um produto de época, e não vende esse produto, ele vai ficar estocado por muito mais tempo. Então, todos estão com estoque, mas muito cautelosos para que não venham se prejudicar ao longo de 2018”, informou o vice-presidente da Acesu.
Natal deve ser até 5% melhor este ano
Na semana passada, o levantamento divulgado pela Fecomércio-CE apontou que os supermercados lideram a preferência quanto ao local de compra, com 44% das intenções dos fortalezenses consultados, comportamento que já foi percebido pela Acesu nesse começo de dezembro. “Esses primeiros dias de dezembro têm mostrado números bem melhores, se comparados a outros meses, e acredito que vamos continuar com esse aquecimento nas vendas”, ratificou Nidovando Pinheiro.
A aposta do setor é que, com a proximidade das festividades de Natal e Ano Novo, as vendas deverão ser aquecidas. “Nossas perspectivas sempre são boas, otimistas, mas a gente sabe que não terá um percentual muito grande em relação ao ano passado, permanecendo estável, mas a gente aposta no crescimento. Bem positivamente, deveremos atingir alta de 2% a 5% sobre o Natal de 2016”, prevê Pinheiro.
Enquanto a Abras estima um crescimento anual de apenas 1,22% este ano, apesar das dificuldades enfrentadas, o Ceará deve fechar 2017 na estabilidade, sendo as perdas do ano amenizadas com as vendas até o Natal. “Acredito que o ano termine positivo para alguns varejistas”, ponderou o vice-presidente da Acesu. Por fim, ao falar sobre 2018, as perspectivas são de melhora. “Teremos um ano de certa estabilidade, mas com perspectiva de ser bem superior ao ano de 2017, com bons resultados. A volta dos postos de trabalho deve ajudar o mercado, e já estamos vendo essa possibilidade acontecer, e acho que teremos mais investimentos, e 2018 será um ano bem mais positivo”, finalizou o dirigente.
Link:http://www.oestadoce.com.br/economia/queda-no-consumo-atinge-supermercados-no-ceara
Varejo começa a contratar pela nova lei trabalhista
Este será um fim de ano diferente para os trabalhadores do comércio. Pela primeira vez, as grandes redes de lojas estão admitindo funcionários com contrato de trabalho intermitente, modalidade que foi criada pela nova lei trabalhista, em vigor há um mês. Esses empregados atuam apenas quando são convocados e o salário varia de acordo com o número de horas trabalhadas – o que permite, no caso do varejo, a contratação de profissionais para prestar serviços em datas especiais, quando existe maior fluxo de clientes nas lojas ou em dias específicos. O Magazine Luiza, gigante do varejo de móveis e eletrodomésticos, foi uma das primeiras redes a admitir trabalhadores intermitentes. Foram 1.750 contratações divididas entre as 830 lojas e os centros de distribuição. “Já usamos na Black Friday, vamos utilizar essa mão de obra na semana do Natal e na Liquidação Fantástica de janeiro”, conta Marcelo Silva, vice-presidente do Conselho de Administração da rede e vice-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). A rede tem 22 mil funcionários. A Leroy Merlin, especializada em materiais de construção, é outra grande varejista que já aderiu ao trabalho em tempo parcial. “Começamos a contratar para reforçar o atendimento em finais de semana”, diz o presidente da empresa no Brasil, Alain Ryckeboer. Estudantes e pessoas idosas, por exemplo, são os perfis de candidatos a essas vagas, explica o executivo. Silva, do Magazine Luiza, explica que, na legislação trabalhista anterior, as empresas não tinham alternativa. Admitiam trabalhadores que eram subutilizados na semana por causa do movimento menor das lojas. E, nos fins de semana, quando a procura cresce, esses quadros eram insuficientes para atender ao cliente adequadamente.
Cautela: Apesar de a Reforma Trabalhista ter sido uma das grandes bandeiras do setor varejista, muitas empresas do comércio, no entanto, ainda avaliam a adoção das novas formas de contratação. “Estamos numa fase de adaptação de quadros, de sistemas e de como recrutar. É cedo para ver a efetividade da mudança, mas acreditamos que será efetiva, sim”, diz Marcelo Silva, fazendo referências às varejistas associadas do IDV. Os executivos da Petz, especializada em produtos e serviços para animais de estimação, no momento estão se reunindo internamente para avaliar como farão as admissões, de acordo com as novas regras. “Estamos tirando dúvidas iniciais sobre esse processo, tanto na questão do trabalho intermitente como na questão do contrato em tempo parcial”, diz Sergio Zimerman, presidente.
Regras: Pela nova lei, o trabalhador contratado em regime intermitente tem registro em carteira, direito a 13º salário e férias proporcionais. Ele deve ser convocado três dias antes para o trabalho e pode recusar a convocação ao menos quatro vezes, avisando o empregador, já que ele pode ter outros contratos intermitentes, diz Luiz Guilherme Migliora, líder da área trabalhista da Veirano Advogados. A remuneração é por hora. O valor não pode ser inferior ao recebido por hora pelo contratado em regime permanente na mesma função.