CENTRO 21/8/2006
No centro da polêmica, os ambulantes sem cadastro na Prefeitura. Um vendedor de relógios, que pediu para não ter nem o nome nem o local onde trabalha revelados, denuncia corrupção entre os fiscais. Há um ano ele perdeu o emprego e decidiu virar camelô. Foi quando, lembra, surgiu a oportunidade de requerer junto à Prefeitura a autorização de permissionário. “Como eu, muita gente que está aqui também pediu. E temos um documento para provar”.
O ambulante denuncia que não são raros os casos de pagamento de propina a fiscais da Regional II. De acordo com ele, os funcionários da Prefeitura sabem quem não tem cadastro e exigem o pagamento de até R$ 3.000,00 pela certeza da permanência. “Eu mesmo tive que fazer um empréstimo para não sair. E eles prometeram que a gente está garantido”.
Do outro lado, Elizabete Lourenço é a ambulante que vende peças íntimas em frente à Kit-Vest, loja de Maia Júnior na Guilherme Rocha. Há 27 anos no ramo, “e cadastrada bem direitinho”, ela diz ter percebido o aumento da quantidade de camelôs no Centro da Cidade. “Tem uma senhora que todo sábado vem e monta a banquinha dela aqui do lado da minha”, conta. “Tem espaço para todo mundo”.
Apesar do tom pacífico, Elizabete reclama da queda nos lucros. O motivo: os preços praticados pela nova concorrência. A peça mais em conta vendida por Elizabete custa R$ 1,00, enquanto a da vizinha sai por R$ 0,70. “Senti o impacto”, lamenta ela, que precisou voltar a trabalhar aos sábados para minimizar as perdas.
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=361050
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