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Atrás de uma bola poderá vir um ministro

By 04/11/2011No Comments

Por Assis Cavalcante

A grandeza de um país não depende da extensão do seu território, mas, entre outras, do caráter do seu povo. A situação do Brasil em termos de corrupção está complicada; só neste ano, de janeiro para cá, seis ministros deixaram o governo por suspeita de malversação do Erário, o último foi o Ministro do Esporte.

E o contribuinte fica assistindo a tudo sem nada poder fazer de imediato, muito embora existam recursos a serem utilizados em situações assim, tais como; ir às ruas exigir a demissão “ad nutum” do envolvido; utilizar a ferramenta Constitucional para propor diretamente nas casas legislativas projetos de lei de iniciativa popular, objetivando não deixar que esses homens fiquem na impunidade e aplicar-lhes penas mais severas; fazer nas urnas a separação do joio do trigo…

Quando verbero que a população fica só assistindo, isso é terrível, passa na cabeça de alguns a tormenta de que haverá impunidade. É o exemplo negativo de que se o camarada fez e nada vai lhe acontecer eu também posso fazer, aqui dentro das minhas possibilidades, e “tirar vantagens”. A coisa vira uma cultura, torna-se comezinho, fica normal. Um ciclo vicioso.

Aos que não tiveram uma educação rígida moral, corre-se o risco de que internalizem a possibilidade de também poderem praticar o ilícito – peculato, descaminho, corrupção, apropriação indébita, por aí vai. Esses crimes não ficam só no âmbito da administração, eles vazam para a sociedade; os incautos, fora do serviço publico, ensaiam (e anseiam) a prática doutros tipos de crimes, espelhados em contra-exemplos, deixando a população em pavorosa.

Para o cidadão mais politizado, chama a atenção sobremaneira o mais recente exemplo do ministro de um partido comunista tradicional, agremiação considerada historicamente um panteão de moralidade; “orgânicos comunistas” que nos tempos de sombra do país foram presos, torturados até a morte. Comunistas que lutaram contra o regime militar empunhando o ideal libertário e justo de dias melhores para o povo. O escudo da moralidade, da transparência é-lhes uma marca forte. Os fatos não foram ainda de todo apurados, são muitas versões. Mas, ficam interrogações e cismas sobre o que de verdade aconteceu. Lamentável.

Com tantos ministros afastados nesse curto espaço de tempo, terá a presidente pulso firme para manter a mesma equipe até o final do mandato? Dilma é extremamente austera ou seu antecessor, Lula, é que afrouxava demais? Esperamos que ela tenha dado início a um novo capítulo na história do nosso querido Brasil. Alberto Einstein dizia que “o mundo não está ameaçado pelas pessoas, mas, sim, por aquelas que permitem a maldade”. Que Dilma continue seu exemplar rigor moralizador, que os políticos se compenetrem da responsabilidade do cargo que ocupam, que tenhamos mais discernimento ao escolhê-los na próxima.

Seja a decência (e a ética e a moral e o resito à gente) a bola da vez. Bola para frente!

Assis Cavalcante
Advogado e Lojista

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