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CE tem motivos para comemorar vitória de Obama

By 08/11/2012No Comments

RELAÇÕES ECONÔMICAS
Conservadorismo dos republicanos poderia estagnar os negócios cearenses com os Estados unidos

A reeleição do democrata Barack Obama, garantido por mais quatro anos na presidência dos Estados Unidos da América, fez com que os empresários cearenses, em especial os exportadores e importadores, respirassem mais aliviados.

Segundo especialistas, a explicação para isto está em dois fatores históricos. O primeiro deles está ligado à tradicional parceria comercial com os EUA, que ocupam até hoje o posto de principal destino dos produtos exportados pelo Estado e também de origem da maioria dos insumos importados; daí a preocupação com o resultado do pleito.

O segundo ponto, tão importante quanto, refere-se à famosa postura conversadora dos republicanos, que, representados por Mitt Romney, tentaram tirar Obama do poder.

“A história tem demonstrado que os democratas são mais abertos ao diálogo com as nações emergentes, incluindo o Brasil, e, consequentemente, o Ceará. Isto acontece porque o partido deles, lá, está ligado principalmente à classe média e aos imigrantes, enquanto os republicanos representam a elite, que, numa negociação, dialogam com uma voz mais ´grossa´ e recorrem a medidas de maior pressão”, conta Eduardo Bezerra, superintendente do Conselho Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), ao se lembrar da última vez que os republicanos estiveram no poder, entre 2001 e 2008, sob o comando de George W. Bush.

Dificuldades
O economista Célio Fernando Bezerra de Melo, apesar de concordar que a eleição de Romney teria sido pior, faz um alerta para o grande desafio do democrata para os próximos quatro anos: recuperar a economia norte-americana.

“Os EUA ainda são a grande locomotiva que move o mundo, portanto, é preciso que o Obama consiga reerguer o país nesse sentido, já que foi ele quem ficou famoso por ter sido o presidente em exercício durante a crise econômica internacional estourada em 2008 e em 2009. Isso será muito importante para que o Ceará amplie seus negócios com eles”, explica o economista, ao ressaltar que o resultado apertado da votação total (sem ser pelo colégio eleitoral) acusa uma maior desconfiança dos norte-americanos em relação ao democrata, na comparação com o otimismo de 2008.

Protecionismo
Célio admite ainda que a eleição de Romney elevaria as chances de uma estagnação das relações econômicas entre o Estado e os norte-americanos. “Somente com o Obama no poder, o Brasil, e aí se inclui o Ceará, pode ter alguma possibilidade de reduzir tantas barreiras protecionistas impostas pelos americanos, principalmente no que se refere aos nossos produtos agrícolas” diz.

“Além disso, os republicanos possuem uma tendência para a economia de guerra, que envolve muitos gastos públicos. Isso provavelmente enfraqueceria a relação econômica com países emergentes como o Brasil”.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), entre janeiro e setembro deste ano, o Ceará exportou produtos equivalentes a US$ 237 milhões, o 11º estado com maior participação (1,2%) no total do Brasil.

Fonte Diário do Nordeste