Comércio varejista lamenta o baixo desempenho nas vendas durante o mês de dezembro deste ano
O comércio varejista do Centro de Fortaleza nunca esteve tão em baixa no período natalino durante a última década. É o que afirma o presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), Maia Júnior. De acordo com ele, a expectativa dos comerciantes era de um crescimento de 15% nas vendas de Natal. No entanto, em comparação com o igual período do ano passado, ele afirma que o prejuízo já chega a 30% de queda nas vendas.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista da Capital (Sindilojas), Cid Alves, confirma o baixo desempenho nas vendas em relação aos últimos anos. Embora compartilhe da mesma opinião, ele acredita que as vendas devem sofrer queda de 5% na comparação com o período natalino de 2011.
“Estamos bem aquém do esperado. As vendas, em decorrência do fraco movimento de pessoas que na verdade desejam comprar, a gente pode dizer que estão completamente diferentes dos outros anos. Estamos vendendo menos. Em algum dos setores a queda é bastante sentida. O financeiro pode até superar o valor vendido do ano passado, mas a quantidade de unidades vendidas, essa sim, dificilmente vai se igualar ao período do ano passado”, afirma.
Para Alves, os setores de calçados, confecções e as lojas de eletrodomésticos foram os menos afetados. Já Maia Júnior acredita que este último sofreu queda nas vendas. “As pessoas fizeram compras antecipadas com medo do IPI subir”, justifica.
Sobre a movimentação geral em vendas nas lojas, Maia afirma que “as grandes caíram cerca de 6%, as médias aproximadamente 30% e as micros 50%”.
Ambulantes prejudicam
De acordo com Maia Júnior, o maior motivo do desempenho insatisfatório do comércio no Centro da cidade é a atuação dos ambulantes no espaço público. “O ruim é que estamos com uma feira livre instalada embaixo das marquises das lojas. É um atacado da china. Uma concorrência desleal e predatória que vem gerando desemprego no centro. O centro tem 68.490 empregos de carteira assinada. O miolo do centro congrega 19.250 comerciários. Ocorre que nesse período tem apenas cerca de 11 mil trabalhando. São oito mil comerciários desempregados”, desabafa.
Alternativas
Para tentar reverter a situação, algumas lojas do centro estão ampliando o horário de funcionamento, segundo confirmou Maia Júnior. De acordo com ele, alguns locais vêm estendendo o atendimento aos clientes até as 21 horas. “O horário está sendo estendido devido à época natalina. Estamos recebendo cerca de 900 mil pessoas por dia. O normal é 300 mil. A taxa da compra caiu muito e o poder aquisitivo também. As pessoas estão endividadas”, justifica.
Embora as compras de Natal não resultem de forma positiva para os comerciantes do centro de Fortaleza, Maia acredita que o ano não deve encerrar de forma negativa, mas com um crescimento considerado bom.
“A gente acredita que o ano vai fechar positivo, apesar do desempenho ruim neste fim de ano, as vendas gerais devem crescer de 2% a 6%”, afirma o presidente da Ascefort.
Movimentação
900 mil pessoas passam diariamente pelo Centro da cidade durante o período em que antecede o Natal. Normalmente, o fluxo de clientes é três vezes menor
ANA BEATRIZ SUGETTE
REPÓRTER
Fonte Diário do Nordeste