POLICIAMENTO
Iniciativa disponibiliza, diariamente, 336 agentes para atuar na prevenção e repreensão de ocorrências no local.
Entre os meses de novembro e janeiro, por conta das festas de Natal e Réveillon, o Centro de Fortaleza tona-se ainda mais movimentado que o normal. Com isso, a necessidade de segurança na região também cresce. Na tentativa de coibir a criminalidade nesse período de fim de ano, teve início, ontem, a Operação Centro Seguro, promovida pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A iniciativa disponibilizará, diariamente, 336 agentes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros que irão atuar na prevenção e repreensão de ocorrências na área até 2 de janeiro.
Segundo Wilemar Rodrigues, secretário adjunto da SSPDS, estatísticas do órgão apontam que, na época natalina e do Ano Novo, devido ao fluxo mais intenso de pessoas no bairro, registros de delitos como roubos, furtos e assaltos têm aumento de 20% a 30%. Por conta disso, os principais pontos do perímetro central da cidade receberão reforço de policiamento. Dentre eles, estão a Praça do Ferreira, a Praça José de Alencar, o Passeio Público, o entorno da Igreja da Sé, a Praça dos Leões e outros.
“Nosso maior foco serão os logradouros. A Praça do Ferreira, por exemplo, como é cartão postal, terá atenção especial”, afirma Rodrigues. Conforme ele, a ação será realizada 24 horas por dia e abrangerá todas as vias da região. “O objetivo é garantir tranquilidade tanto para os trabalhadores quanto para a população em geral que vem fazer compras no Centro”, acrescenta o secretário.
Ao todo, 265 policiais militares farão a segurança a pé, montados e em patrulhas móveis, com motos e viaturas. Da Polícia Civil, serão 56 profissionais atuando. O 34º Distrito Policial ficará encarregado do atendimento durante a operação e funcionará em regime de plantão, ao lado da Central de Registro de Ocorrências, que também poderá ser acionada para o registro de boletins de ocorrência.
Complementando o trabalho, as delegacias de Proteção ao Turista (Deprotur), da Criança e do Adolescente (DCA), de Roubos e Furtos (DRF), de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), de Defraudação e Falsificações (DDF), e a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTC) darão apoio com procedimentos e monitoramentos para evitar possíveis crimes.
O Corpo de Bombeiros, por sua vez, participará da ação com efetivo de 15 pessoas, promovendo medidas de prevenção e controle de incêndios. Segundo o Tenente-Coronel Carlos Viana, representante da corporação, a equipe atuará em três eixos. Um deles consiste em vistorias educativas nas edificações para verificar a segurança das fiações elétricas. Também haverá o socorro a emergências, como forma de suporte ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e o combate a incêndios. Para isso, uma viatura Auto Bomba Tanque ficará a postos na área durante o dia e pela noite.
“Essa viatura já atendia o Centro, mas ficava na nossa unidade. Agora, ela foi deslocada para dentro do bairro, por conta da questão do tempo-resposta. Assim, já estaremos próximos de qualquer possível ocorrência”, afirma Viana.
Na manhã de ontem, a SSPDS realizou solenidade de lançamento da Operação na Praça do Ferreira, na qual também compareceram representantes do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio -CE).
Resultados
Maia Júnior, presidente da Ascefort, destaca que, em dias normais, o Centro é frequentado por cerca de 350 mil pessoas. No fim de ano, esse número cresce para 700 mil. Em sua visão, a Operação Centro Seguro trouxe bons resultados nas edições anteriores, mas é demanda de comerciantes e empresários um reforço de segurança ao longo de todo o ano. “Queremos que não seja apenas pontual. Que não seja só um Natal seguro, mas o ano todo seguro”, afirma ele.
Para Michel Dias, o policiamento intensificado é fundamental para garantir um volume de vendas satisfatório no período. “Assim, podemos competir frente a frente com os shoppings da cidade, que oferecem uma segurança maior”, ressalta.
Em dias normais, a comerciante Edna de Oliveira considera que o Centro está “abandonado” em questão da segurança. “É raro ver policial nas ruas. Estamos precisando de um reforço urgente, porque as pessoas têm medo e isso prejudica o comércio”, afirma. A auxiliar de produção Mônica Gomes afirma não se sentir segura no Centro. “Já vi um assalto na Praça Coração de Jesus, uma vez e ninguém pegou o assaltante. Acho que precisa de mais policiais nas ruas.
Vanessa Madeira
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste.