Levantamento da Fecomércio-CE apurou que 53,7% dos entrevistados mostram boa disposição para a compra de bens duráveis
“O consumidor está mais esperançoso, nós estamos com um novo governo, novas propostas, então a confiança vem crescendo. A tendência é que aumente muito mais. Isso é muito bom, quando ele está confiante, tem a sua pretensão de compras também aumentada“, pontua Claudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio-CE.
Destaque entre os entrevistados está o público masculino com maior índice de confiança (124,9 pontos), a faixa etária de 18 a 24 anos (123,8 pontos), escolaridade com Ensino Médio (124,1 pontos) e renda familiar menor que dez salários mínimos.
O resultado do ICC foi influenciado pela redução do Índice de Situação Presente (ISP), o qual representa o cenário em que a pessoa se encontra durante a entrevista. “Se recebeu o dinheiro dele há um ou dois dias, ele está tranquilo, tá bem. Se foi há 10 a 15 dias e ele não tem nada, então o resultado vai dar negativo”, explica. O ISP ficou 3,8% negativo comparado a dezembro, passando de 116,7 pontos em dezembro para 112,3 pontos neste mês, porém acima do constatado em 2018, quando foi registrado 99,3 pontos.
Já o Índice das Expectativas Futuras (IEF), o qual representa o pensamento de como o entrevistado esperar estar futuramente, apresentou estabilidade, situando-se em 129,8 pontos nos dois meses, no entanto com melhoras diante do mesmo período do ano passado, quando estava com 108,0 pontos.
“O consumidor está acreditando que as novas mudanças, com o novo governo, nós vamos ter resultados econômicos melhores para o nosso País”, ressalta.
No geral, o estudo também mostra que 71,6% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano – taxa acima da verificada em dezembro (70,3%). Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 86,7% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
Intenção de compra
Mesmo a confiança em alta, a intenção de compra caiu em relação a janeiro de 2018, foi de 38,8% para 37,2%. “É quase nada, é até natural porque o cearense está cada vez mais cauteloso e mais organizado, tanto é que ele conseguiu pagar as suas contas. O endividamento vem caindo desde julho do ano passado, então hoje em dia está consumindo o estritamente necessário”, rebate Cláudia.
A pesquisa revela que, neste mês, 53,7% dos entrevistados mostram boa disposição para a compra de bens duráveis. Dentre aqueles que demonstram maior entusiasmo, destacam-se os consumidores do sexo masculino (56,7% dos entrevistados afirmam que janeiro é um bom momento para compra de bens de consumo duráveis), do grupo com idade entre 18 e 24 anos (59,1%) e com renda familiar acima de dez salários mínimos (64,0%).
Entre os produtos mais desejados para compras neste mês, dispara na frente o item vestuário com 25,6%, seguido de celular (14,9%), móveis (11,9%), televisão (11,4%) e geladeira (10,8%), fechando o ranking dos cinco mais requisitados na lista de compras. O valor médio das compras estimado é de R$ 582,81.
De acordo com Cláudia, o cearense agora está mais preparado para ocasião das promoções de início do ano, reservando uma parte do 13º para adquirir vestuário e eletrodomésticos.”O consumidor cearense, desde o ano passado, percebemos que ele vem se organizando para aproveitar as liquidações de janeiro, que chegam até a 70%, são realmente muito boas porque o comércio precisa renovar o seu estoque”, acrescenta.
A intenção de compra segue o mesmo padrão da confiança, mostra-se mais elevada aos consumidores do sexo masculino (39,9%) e mais vigorosa para o grupo com idade entre 18 e 24 anos (47,4%), com diferença apenas no item renda familiar, que tem maior número entre cinco e dez salários mínimos (44,1%).
O levantamento ouviu mil pessoas em diferentes bairros de Fortaleza e foi realizado pela Fecomércio, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), nos dois primeiros dias úteis deste mês: 2 e 3 de janeiro. Então, segundo Cláudia os ataques não chegaram a impactar nas respostas e mostraram uma realidade mais otimista com o mercado, diferente da realidade de vendas atuais das lojas na capital.
“A gente está realmente preocupado do resultado dessa pesquisa não se concretizar, porque os prejuízos que o comércio está tendo com essa onda de ataques são gigantescos”, pontua.
Com a rotina da cidade voltando aos poucos a normalidade, a esperança é que o otimismo da pesquisa se revele nas vendas até o dia 31 de janeiro. “O quanto antes o Governo normalizar essa situação para o comércio será melhor. As lojas já estão abrindo, mas o consumidor não está saindo de casa, ainda está com a sensação de medo. Mas, sem dúvidas, até o fim do mês a gente vai ter um (bom) resultado, sim. Porque a vontade e a intenção (do consumidor) continua”, destaca.
Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE.