A previsão é de que a reforma do famoso edifício seja concluída neste mês, mas ainda não há planos para ele
Em seu auge, o prédio hospedou artistas famosos e até a Seleção Brasileira de futebol. Há rumores de que o edifício vai virar um museu; outros dizem que vai ser novamente um hotel ALEX COSTA
Em reforma desde janeiro de 2010, o Edifício Philomeno Gomes – conhecido por abrigar o Lord Hotel -, situado no Centro, ainda não tem destino definido. Na etapa final do serviço, nem a Secretaria de Infraestrutura, nem as Pastas de Turismo e de Cultura do Governo do Estado sabem a que será destinado o prédio após a reforma, cuja previsão de conclusão é este mês de setembro.
Entre aqueles que conheceram o edifício nas décadas de 60, 70 e 80, o fato de que o local se destacava como um dos principais hotéis da cidade e um dos mais importantes prédios do Centro é consenso. Quanto ao futuro, porém, as previsões dos que trabalham ou residem próximo à Praça José de Alencar – vizinha do edifício – se dividem em especulações e incertezas bastante distintas.
“Ouvi dizer que ali agora vai ser um museu”, afirma o engraxate Joaquim Gregório da Silva, que há mais de três décadas atua na praça. Por sua vez, o comerciante José Maria de André, que possui uma banca de jornal na Praça José de Alencar, relata ter sido informado de que o local seria a nova sede da Secretaria da Saúde do Estado.
Algumas conjecturas também fazem referência ao passado do edifício. A vendedora ambulante Nilce Araújo conta ter ouvido que o prédio abrigaria famílias mais uma vez ou que se tornaria outro hotel. “É a curiosidade de todo mundo”, diz.
Mesmo a única pessoa que ainda reside no prédio, a dona de casa Francisca Soares, desconhece o destino do lar onde morou por mais de quatro décadas. “O que falaram é que deve ser um centro cultural, mas parece que ninguém sabe”, afirma.
Potencial
Apesar da divergência de palpites, aqueles que conheceram o passado do Lord Hotel ou apenas o conheceram há poucos anos concordam quanto ao potencial que o edifício possui para tornar-se, novamente, um local amplamente frequentado pelos fortalezenses ou um novo ponto turístico.
“Acho que aqui dava mais para ser um ponto comercial, poderia ser muito bem aproveitado”, opina o vendedor ambulante José Maria Fontenele.
Já a ideia de que o prédio se torne um museu agrada ao engraxate Joaquim Gregório, que acredita na revitalização do espaço. “A praça (José de Alencar) deve ser reformada e então vai ficar melhor ainda”, sugere.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Infraestrutura do Estado, o órgão apenas executa a reforma do prédio, mas não lhe compete determinar a que o local será destinado. Já as secretarias de Cultura e de Turismo do Estado afirmaram não ter projeto definido sobre o Lord Hotel.
Conforme a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), embora o prédio tenha sido tombado pelo Município, em 2006, a destinação do espaço é de responsabilidade do Governo do Estado.
Iniciada em janeiro de 2010, a reforma pela qual passa o Lord Hotel tem como objetivo reforçar a estrutura física do prédio, que se encontrava em estado deteriorado. A obra foi feita para que garantir que o edifício não fosse afetado pelas obras da estação José de Alencar do Metrô de Fortaleza (Metrofor).
Orçadas em R$ 3,6 milhões, as obras estavam previstas, inicialmente, para serem concluídas em novembro de 2010. Agora, a previsão de término é para este mês.
JOÃO MOURA
REPÓRTER
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Histórico
o Lord Hotel foi construído em 1956, logo tornando-se um dos principais hotéis da Capital. O edifício já recebeu artistas famosos e até a Seleção Brasileira de futebol. No início da década de 1990, o prédio deixou de ser hotel e passou a ser utilizado exclusivamente como moradia. Em 2006, a construção foi tombada pela Prefeitura de Fortaleza, o que motivou o reforço de suas estruturas.
Hoje, apenas uma moradora reside no local, mas já se prepara para deixar o lar no próximo mês, após ser indenizada pelo Estado.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1036635
