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Esqueleto do Beco da Poeira continua ocupado – CIDADE DN

By 04/11/2010dezembro 15th, 2010No Comments

Segue impasse: mais de 800 vendedores ambulantes oriundos do Beco da Poeira estão comercializando na área. Eles garantem que têm acordo de permanência com o governo FOTO: ALANA ANDRADE

Segue impasse: mais de 800 vendedores ambulantes oriundos do Beco da Poeira estão comercializando na área. Eles garantem que têm acordo de permanência com o governo FOTO: ALANA ANDRADE

COMÉRCIO AMBULANTE (4/11/2010)

Vendedores fizeram melhorias no prédio, como instalação elétrica, banheiros e piso. Eles contrataram zelador

“Shortinho para criança, blusinha da moda para gatinha. Pode chegar, porque tá barato”! Isso é o que se escuta por quem passa pelo ´esqueleto´, prédio localizado no Centro da cidade, entre as ruas São Paulo, Tristão Gonçalves e 24 de Maio. Diferente do que acontecia em abril último, quando os comerciantes lutavam pelo direito de trabalhar no local, hoje encontram-se trabalhando a todo vapor, mais de 800 vendedores ambulantes oriundos do Beco da Poeira.

O presidente da comissão provisória do prédio, Antônio Amaro da Silva, informou que os vendedores já estão por lá desde maio. “Nosso problema foi solucionado quando o Governo estadual assumiu a responsabilidade pelo local. Em setembro, tivemos uma reunião com o governador Cid Gomes e ele firmou compromisso em terminar as obras, assim como implantar um segundo piso para instalação do Restaurante Popular, Casa do Cidadão e um posto da Polícia Militar”.

Diferente do que foi visto em abril deste ano, onde o local estava somente o ´esqueleto´, daí a origem do nome, os vendedores ocuparam de vez o prédio, e já fizeram várias benfeitorias para que conseguissem trabalhar no espaço. Dentre elas estão a instalação de energia elétrica, banheiros, contratação de zelador e piso.

“Aqui está ótimo, não fomos perturbados até agora, nunca mais a polícia veio aqui. Agora aguardamos o começo das obras proposta pelo Cid Gomes, isso porque estamos funcionando apenas com as estruturas de ferro, e ele ficou de construir os boxes. Mas isso só será em Janeiro, pelo menos é o que nos foi repassado pela comissão”, disse a comerciante Antônia Soares.

Promessas

A expectativa dos trabalhadores que ali se encontram é a mesma: continuarem as vendas. E até mais, tendo vista que se a promessa do Governo estadual for mesmo cumprida. Isso porque o ´esqueleto´ tem a capacidade para construção de 3 mil boxes, o que permitiria a transferência de todos que trabalhavam no Beco da Poeira para o local. “Nós temos muito trabalhadores insatisfeitos que foram transferidos para o local construído pela Prefeitura, que é Centro de Pequenos Negócios, na Avenida do Imperador. Lá só tem a capacidade para 2.120 boxes, e as vendas não são tão significativas quanto aqui”, declarou o Antônio Amaro.

A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que o compromisso foi realmente firmado, porém os prazos para início das obras ainda não foram estabelecidos, mas que até o fim do ano esse calendário deve ser elaborado.

Em abril deste ano, o vendedores ambulantes e militares entraram em um confronto significativo. A Polícia Militar estava preparada para adentrar o imóvel com a missão de impôr a desocupação imediata do mesmo, quem estava a frente da operação era o Tenente-Coronel João Batista, do 5a Batalhão da Polícia Militar do Ceará. Até mesmo o Corpo de Bombeiros esteve presente no local, para resguardar possíveis con-sequências.

No entanto, não ocorreu a desocupação por força policial do prédio, que havia sido invadido no dia 10 por vendedores ambulantes da Praça da Lagoinha e do antigo Beco da Poeira. Isso porque um acordo entre as partes, após negociação difícil e que durou horas, decidiu pela saída pacífica de parte dos invasores, incluindo a não-comercialização de produtos e a retirada das instalações de ferro ao longo dos dias seguintes. Ficaram apenas 60 ambulantes.

Uma reunião para discutir o impasse aconteceu entre os ambulantes e representantes da Secretaria da Secretaria da Segurança Pública, da Procuradoria Geral do Estado (PGE), e da Procuradoria Geral de Justiça (PSV), segundo informaram o comandante do Batalhão de Choque (BPChoque), coronel Nascimento, e o presidente da Comissão Independente do Beco da Poeira, Adriano Bento.

Após o acerto, por telefone, com o titular da CPDs, Adriano Bento entrou no prédio onde os invasores já estavam negociando e reuniu os ocupantes para comunicar a proposta, que foi aceita pela maioria, em assembleia geral.

Na época, a alegação do titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social para determinar a invasão do local era de que, na semana que precedeu a invasão, existiam apenas 60 pessoas no esqueleto e no dia 27 de abril amanheceram mais de 200 ocupantes.

A Prefeitura informou que o terreno e suas benfeitorias foram cedidos ao Governo do Estado. A cessão de uso tinha vigência de 30 anos, podendo ser prorrogáveis por aditivo.

Boxes

830 barracas estão funcionando plenamente no ´Esqueleto´. Comerciantes aguardam apenas a construção dos boxes por parte do Governo Estadual

THAIS LAVOR
REPÓRTER

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=879048

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