DEMANDA AQUECIDA
Atualmente, existem oportunidades para pessoas de todas as idades, interesses e poder aquisitivo
Aprender ou aperfeiçoar um idioma, turbinar o currículo acadêmico com uma passagem por instituições de ensino e universidades no exterior ou investir na carreira fazendo um estágio em uma empresa lá fora está a cada dia mais ao alcance do brasileiro. Nos últimos quatro anos, a procura por intercâmbios, no País, tem crescido a uma taxa média de 30% ao ano, comportamento que se repete no Ceará.
E não é apenas o real mais valorizado, tornando as operações em moeda estrangeira menos dispendiosas, que está ajudando. A maior diversidade de programas, a proliferação de escolas de idiomas para estrangeiros, mais opções de países no leque de destinos e as facilidades de pagamento estão entre os fatores que mais puxam a demanda para cima. Um realidade bem diferente daquela quando se falava em intercâmbio e se associava logo a fazer parte do colegial no exterior, o chamado “high school”. Em relação ao destino, este se resumia praticamente aos Estados Unidos.
Atualmente, existem muitas possibilidades e oportunidades para pessoas de todas as idades, níveis sociais diferentes e principalmente de poder aquisitivo distintos. Se antes o “high school”significava ir para a Terra do Tio Sam, hoje, praticamente todos os países têm um programa desse tipo. Fora os cursos regulares de línguas, ofertas de estágios e até de trabalho voluntário. Quem sabe não está na hora de fazer o seu?
“O mercado está aquecido e vem crescendo ano a ano. As pessoas estão correndo atrás do tempo perdido, procurando fazer um intercâmbio, inclusive aquelas que já passaram dos 30 anos. Do mesmo modo, os adolescentes, que estão cada vez mais antenados com a necessidade de falar outras línguas”, destaca Bruno Nogueira, gerente da CI, empresa especializada no serviço, em Fortaleza. Segundo ele, só para 2012, espera-se um incremento de 40% no número de brasileiros querendo viajar para o exterior. “O que sem sombra de dúvida, incluirá aquelas que devem optar por um intercâmbio”, emenda.
Tendência que deve se confirmar, acredita Nogueira, dada a expectativa de que o dólar não deva oscilar significativamente para cima, aliado ainda ao fato de o Brasil ocupar, nos dias atuais, a quarta posição entre os países que mais recebem investimentos estrangeiros, demandando, dessa forma, mais pessoal preparado para se comunicar com esses investidores.
Além do câmbio
Para Andrea Costa, da AC Intercâmbios, o câmbio ainda é o fator essencial e que mais pesa para a maior procura por cursos fora do Brasil. “Tanto que quando a cotação do dólar baixa é notório o aumento do número de pessoas procurando fazer um intercâmbio”, frisa.
Entretanto, acrescenta, a concorrência também está maior, ajudando a baratear os cursos. “Há mais oferta. Algumas escolas baixam o preço para poder concorrer. Para se ter uma ideia, antes, optar por um curso de inglês nos Estados Unidos saia mais caro. Mas o surgimento de novos estabelecimentos de ensino naquele País tem feito com que quem quer se firmar no mercado chegue com boas ofertas”, conta Andrea.
Condições de pagamento
Ao lado do câmbio, lembra Pedro Holanda, diretor da Student Travel Bureau (STB) em Fortaleza, vêm as facilidades de pagamento. “Elas estão bem mais estendidas, com o número de parcelas oferecidas podendo variar mês a mês, o que vai depender do que as instituições financeiras estarão oferecendo”, fala.
“Atualmente, o parcelamento sem juros pode chegar a até nove vezes, contando com uma entrada. O pagamento também pode ser feito com cheque ou cartão”, acrescenta Nogueira, da CI.
Avanço
30% é a taxa média anual de crescimento da procura por intercâmbios no Brasil. Comportamento que se repete também no Ceará.
Anchieta Dantas Jr.
Repórter
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1104620