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Foster confirma que refinaria do CE está mantida

By 17/10/2012No Comments

PREMIUM II
Possibilidade de corte foi refutada pela executiva, que reiterou a importância do empreendimento

Rio/Fortaleza. A presidente da Petrobras, Graça Foster, negou nesta terça-feira que esteja em estudo pela estatal a retirada definitiva dos projetos das refinarias Premium I e II, que serão sediadas no Ceará e no Maranhão. Essa possibilidade foi levantada por fontes à Agência Estado, caso o governo não promovesse até o início de 2012 um novo reajuste de gasolina e diesel capaz de financiar os investimentos da companhia.

Graça Foster: "Isso não procede. Não vamos cortar (as refinarias do CE e MA). Não procede mesmo, até porque a Petrobras precisa das refinarias" FOTO: DIVULGAÇÃO
Graça Foster: “Isso não procede. Não vamos cortar (as refinarias do CE e MA). Não procede mesmo, até porque a Petrobras precisa das refinarias” FOTO: DIVULGAÇÃO

“Isso não procede. Não vamos cortar. Não procede mesmo, até porque a Petrobras precisa das refinarias. Gostaríamos que elas já estivessem operando”, afirmou a executiva, depois de participar de homenagem promovida pela Lide-Rio, no Copacabana Palace. Foster admitiu a possibilidade de a Petrobras negociar parcerias para a construção das duas refinarias.

Foco na tecnologia

Entretanto, ressaltou que uma associação não teria principal objetivo a redução do investimento direto da Petrobras, mas sim a tecnologia que o novo parceiro pudesse agregar ao projeto. Ela citou como exemplo uma eventual participação de empresas chinesas e sul-coreanas com expertise neste segmento energético. “O Cosenza já conversou com alguns”, disse ela, referindo-se a reuniões feitas pelo diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, com possíveis parceiros.

Desinvestimento
A presidente da Petrobras reafirmou ontem que o desinvestimento (venda de ativos no exterior) anunciado pela estatal em seu planejamento estratégico é necessário para a companhia gerar caixa para viabilizar novos projetos. A executiva, porém, voltou a ressaltar que nenhum projeto prioritário será incluído integral ou parcialmente no plano de venda de cerca de US$ 14 bilhões em ativos. “Desinvestimento será apenas de ativos com pouca ou nenhuma sinergia”, disse.

Plano ambiental
Conforme publicado com exclusividade na edição de ontem do Diário do Nordeste, a Petrobras deverá entregar à Funai (Fundação Nacional do Índio) em dezembro próximo a versão revisada do Plano Básico Ambiental do empreendimento cearense. Por conta do atraso nesta etapa e do período que a Funai ainda levará para analisar e aprovar o terreno que constituirá a reserva indígena no Pecém, é possível que as primeiras obras do empreendimento fiquem somente para 2013. A estatal informou que está revisando o PBA a partir dos comentários da Funai, e diz que a versão final do documento está prevista para o último mês do ano. Em maio último, o órgão devolveu à Petrobras o PBA, solicitando complementações. Dezembro, que é quando a estatal pretende entregá-lo, é também o mês limite do prazo para que isso seja feito, conforme definiu a Funai. O PBA traz as informações dos impactos do empreendimento na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) ao meio ambiente e sobre a vida das comunidades indígenas Anacé e Tapeba, e apresenta as ações que serão tomadas pela empresa para mitigá-los.

Diário do Nordeste antecipou, com base em informações da Petrobras, sobre a manutenção do projeto da Premium II nos planos da empresa FOTO: REPRODUÇÃO
Diário do Nordeste antecipou, com base em informações da Petrobras, sobre a manutenção do projeto da Premium II nos planos da empresa FOTO: REPRODUÇÃO

Nos últimos meses, Graça Foster vem insistindo que a decisão pelas refinarias do Ceará e do Maranhão não é política, mas técnica e estratégica. “A demanda no Norte/Nordeste, em 2020, será de 1,23 milhão de barris de derivados por dia.

Considerando a refinaria Abreu e Lima pronta, a capacidade será de 550 mil barris por dia. Teremos um déficit no Norte/Nordeste, em 2020, em torno de 700 mil barris/dia. Fazer essas refinarias no Nordeste é uma questão de atendimento da demanda de mercado”, já afirmou.

Reajuste de combustível virá, sem data
Rio. A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou a falar ontem sobre um novo reajuste de combustíveis como uma possibilidade concreta, porém ainda sem definição de data de vigência ou de porcentuais.

"A discussão sobre o preço dos combustíveis é um exercício diário da Petrobras", disse a presidente da companhia, que ainda classificou o etanol como consequência da gasolina FOTO: DIVULGAÇÃO

"A discussão sobre o preço dos combustíveis é um exercício diário da Petrobras", disse a presidente da companhia, que ainda classificou o etanol como consequência da gasolina FOTO: DIVULGAÇÃO

“O reajuste de combustíveis certamente virá, mas quando ainda não tem data”, disse ela, em entrevista à saída de evento no qual foi homenageada, no Copacabana Palace.

Graça ressaltou que, além do reajuste nos produtos vendidos pela companhia, a estatal trabalha em um amplo programa de redução de custos com o objetivo de garantir maior eficiência e ao mesmo tempo aumentar as margens da empresa. “Trabalhamos para melhorar a rentabilidade”, disse Graça Foster.

“A discussão sobre o preço dos combustíveis é um exercício diário da Petrobras.” Indagada sobre o aumento do porcentual de etanol misturado à gasolina, outra alternativa que vem sendo estudada como forma de elevar a rentabilidade da empresa, Graça preferiu não se estender sobre o assunto. “O etanol é consequência da gasolina”, resumiu, lembrando que esta é uma decisão do governo, embora tenha reafirmado que a medida poderia beneficiar a Petrobras por reduzir a necessidade de importação de gasolina.

A empresa apresentou ao governo este ano a proposta de aumento para 25% do teor de etanol na gasolina, atualmente em 20%. Ainda não houve resposta. Se o pedido for atendido, a empresa poderá baixar as importações de gasolina, segundo a executiva da estatal.

Licitação
Conforme a presidente da Petrobras, a realização de novas rodadas de licitação de óleo e gás “é uma necessidade”. Segundo ela, o grande valor das empresas petrolíferas não é o petróleo que produzem hoje, mas o petróleo que vão produzir amanhã. “É uma necessidade de todos nós (empresas que atuam no setor). Certamente, estamos precisando oxigenar nosso portfólio”. Ela defendeu que a Petrobras, o governo federal e as empresas privadas do setor petroquímico se unam para viabilizar nos próximos anos o desenvolvimento da petroquímica no Brasil.

De acordo com Graça, o crescimento nos Estados Unidos de novas tecnologias para extração de shale gas (gás de xisto, fonte não convencional) baratearam o preço do gás internacionalmente, o que está afetando a petroquímica brasileira. “Shale gas é uma realidade nos Estados Unidos. Exerce uma força de atração muito grande sobre a petroquímica no Brasil”, afirmou ela, para quem são necessárias soluções que devolvam à competitividade nacional.

Variação na Capital
Em 18 anos, o litro da gasolina saiu de R$ 0,50 para os atuais R$ 2,68 cobrados em média na Capital Cearense, crescimento esse acima de cinco e que registra um avanço de 436%. A valorização do dólar durante esse período, que passou de R$ 0,80 para o patamar de R$ 2,00, assim como o aumento do preço do barril de petróleo, que variou 714% nos mesmos 18 anos, são apontados como principais fatores para um elevação tão considerável.

Mistura
25% foi a proposta da Petrobras para o governo na participação do etanol na composição da gasolina, que atualmente é composto em 20% pelo álcool
Fonte Diário do Nordeste

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