PRAÇA DO FERREIRA do Jornal Diário do Nordeste
O problema, segundo afirmaram transeuntes, tem ampliado a sensação de insegurança no local.
Um dos pontos de maior referência para a Capital passou cerca de três dias ininterruptos com a iluminação pública irregular. As luzes da Praça do Ferreira, localizada no Centro da cidade, ficaram acesas durante o dia, enquanto, à noite, estavam apagadas. O estranhamento causado nos populares que circulavam pelo local foi inevitável. Em muitos casos, o fato gerava revolta. “Eu não sei o que está acontecendo. Mas, de qualquer forma, está gastando o nosso dinheiro”, afirma o autônomo Francisco de Lima, 63, que todos os dias frequenta o local vendendo pipoca.
Outro frequentador da praça, Marcos Queiroz, 48, indigna-se com o problema, segundo ele uma irresponsabilidade. “Está saindo do nosso bolso. A Prefeitura tem que tomar alguma atitude”. Para ele, é triste ver que uma praça tão apreciada pelos moradores e visitantes, considerada como um cartão postal da cidade, esteja sendo maltratada.
O presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), Maia Júnior, reclama da inoperância da gestão. “A Coelce nos cobra tão caro, e a Prefeitura fica desperdiçando energia pública. Essa conta, somos nós que estamos pagando”. Segundo ele, o local nunca esteve tão abandonado como agora.
Além do alto gasto que a situação gerou, a população ficou praticamente impossibilitada de transitar pelo local a pé, durante o período da noite, por conta da falta de segurança.
Insegurança
Maia Júnior, que trabalha em frente à praça há 14 anos, afirma que a insegurança tem aumentado, já que existem mendigos que moram no local. “A escuridão favorece a ação dos meliantes. Dessa forma, a praça está deixando de ser do povo, para ser dos marginais”. Segundo o presidente, o problema não é apenas da Praça do Ferreira, e sim do centro como um todo. “Falta planejamento, cuidado e dedicação”. Conforme a Secretaria Regional do Centro, o problema ainda não havia chegado ao conhecimento da pasta, apesar das fiscalizações que acontecem na praça. Ao tomar ciência, o órgão afirmou que iria enviar uma equipe técnica ao local para analisar e tentar solucionar o problema.
Durante a noite, a equipe do Diário do Nordeste esteve novamente no local e constatou que nada havia sido resolvido, já que, ao invés de estarem acesas, dessa vez, as lâmpadas permaneciam apagadas. Apesar da resposta positiva da secretaria, nenhuma medida foi tomada até o fechamento desta edição.
A Praça do Ferreira, um dos maiores pontos turísticos da cidade, era, em 1839, apenas um campo de areia com um poço no centro, que funcionou até a década de 20, quando o então prefeito, Godofredo Maciel, deu início a primeira reforma.
O local leva esse nome em referência ao Boticário Ferreira que, em 1871, enquanto presidente da câmara municipal, realizou obras na área e urbanizou o espaço. Declarada Marco Histórico e Patrimonial de Fortaleza pela Lei Municipal 8605 de 20 de dezembro de 2001, o logradouro é bastante conhecido pelo seu relógio, que é localizado no centro da praça.
A Praça do Ferreira é rodeada, ainda hoje, por várias construções que marcaram época na Capital cearense. O Palacete Ceará, a Farmácia Oswaldo Cruz, a lanchonete Leão do Sul, o Cine São Luiz, o edifício SulAmérica, e os hotéis Savanah e Excelsior Hotel, dois dos primeiros grandes hotéis de Fortaleza, foram pontos de encontro de pessoas ilustres, como Quintino Cunha, o próprio Boticário Ferreira, membros da Padaria Espiritual, e muitos outros. Dessa forma, foi batizada, desde 1945, como o “Coração da Cidade”, denominação que persiste até hoje, já que sempre foi palco de importantes episódios de Fortaleza.
No ano de 2001, a Praça do Ferreira foi eleita ícone da cidade. A escolha foi fruto de uma promoção da campanha “Eleja Fortaleza”, criada pelo Banco Itaú em parceira com o Sistema Verdes Mares.
Fonte Diário do Nordeste
COMENTÁRIOS:
De dia as luzes da iluminação pública ficam acesas.
De noite, a iluminação publica apagada!…