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Impacto pequeno no Brasil

By 17/05/2012No Comments
Corrida aos saques na Grécia eleva nervosismo
CRISE NA EUROPA

Ganhando formas cada vez mais sólidas, a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro, após onze anos no bloco, não deverá acarretar grandes efeitos na economia brasileira. “O Brasil tem uma dependência que vem diminuindo em relação à Europa. Nosso principal parceiro comercial é a China. Nosso sistema bancário está muito mais robusto e isolado do que o europeu, por exemplo”, afirma o economista Alex Araújo, ressaltando que o País está protegido dos eventuais desdobramentos do Velho Continente.

Mas, em um mundo inevitavelmente interligado, alguns impactos são inexoráveis: a Bolsa de Valores e a moeda deverão ser influenciados. “A gente deve sentir (os efeitos) muito mais no mercado financeiro. A Bolsa começou 2012 eufórica, mas já está no negativo no ano. E com esses acontecimentos na Europa, o que pode haver é um aprofundamento dessa queda”, projeta. O dólar, que tem se valorizado progressivamente em relação ao real, tende a continuar ficando mais caro, conforme Araújo. Outra causa apontada é a redução na vinda de turistas europeus ao Brasil.

Lá fora
Internacionalmente, em contrapartida, as consequências da debandada grega serão mais intensas. O primeiro efeito é o calote da dívida do país, que afetará os bancos credores franceses, espanhóis e, principalmente, alemães. Segundo Alex, porém, uma vez que os bancos sejam impactados, ainda não é possível saber o tamanho do estrago.

Especificamente no país mediterrâneo, o que pode ocorrer com a possível mudança de moeda, frisa, é uma pressão inflacionária. Já levando-se em conta a possibilidade de a Grécia se manter no bloco econômico do Velho Continente, o problema seria o aperto fiscal, exigido pelos outros membros, o que gera empobrecimento da população local, na avaliação do especialista.

População ´paga a conta´
Medidas de austeridade, como corte no salário mínimo, redução de aposentadorias e demissões, naturalmente, têm causado revolta à população local, que tem ido às ruas protestar.

Mas, de acordo com Alex, esse é o preço compartilhado que o povo grego terá de pagar por irresponsabilidades administrativas do governo nos últimos anos. “Isso é efeito colateral de um crescimento da economia e do consumo sem sustentação. Na zona do euro, os países mais pobres – a exemplo de Grécia, Portugal e até Itália – que ingressaram no grupo com facilidade de financiamentos, acabaram aprofundando ainda mais as suas dívidas públicas”, situa.

VICTOR XIMENES
REPÓRTER

fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1138290

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