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Industriais esperam superar obstáculos com nova gestão da Fiec – DN

By 17/04/2019No Comments
O empresário Ricardo Cavalcante foi eleito ontem por aclamação e assumirá a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Mandato começa em 23 de setembro próximo.

Ricardo Cavalcante (à direita), ao lado do atual presidente da Fiec, Beto Studart, e dos vice-presidentes eleitos Tom Prado e André Montenegro Foto: Diário do Nordeste

Eleito por aclamação para a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o empresário Ricardo Cavalcante foi alvo de elogios e também de muitas expectativas dos 39 presidentes de sindicatos filiados à Fiec, na manhã de ontem (16). Todos depositaram nele a esperança de superar gargalos para que a indústria no Ceará volte a crescer.

Inovação, relacionamento com governos e a superação da crise econômica estiveram entre os apontamentos dos líderes industriais que marcaram presença na Casa da Indústria – sede da Fiec. Em resposta, Cavalcante disse que irá assumir o cargo – em setembro deste ano – com a missão de dar continuidade ao trabalho do atual presidente Beto Studart.

“Depois de receber a aclamação desta assembleia geral, eu me sinto na obrigação de iniciar o mandato e legitimar o papel que vocês me delegaram”, declarou. O mandato terá duração de cinco anos e começa no dia 23 de setembro. Atualmente, Cavalcante é diretor administrativo da Fiec e presidente do Sindminerais. Além de Ricardo Cavalcante, como presidente, a chapa única conta com Carlos Prado, Roseane Medeiros, Jaime Belicanta e André Montenegro, como vice-presidentes. Entre os desafios a serem enfrentados pela nova gestão, Montenegro destaca a necessidade de atuar em pautas voltadas para geração de empregos.

“A gente precisa sair desse marasmo e realmente criar uma nova era para o nosso País”, disse. Montenegro, que é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), defende ainda que a Fiec atue no sentido de formar um bloco voltado para atender às necessidades do setor da construção civil, o qual responde por 36% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado.

Mais empregos

“O Sinduscon está participando com a vice-presidência e nós pretendemos colaborar com as pautas importantes para geração de empregos. E, além de nos apoiar no treinamento de mão de obra, com o Sistema S, a Fiec é quem nos representa politicamente em âmbito nacional”, destacou.

Para Carlos Prado, a nova administração tem o desafio de dar sequência à atual gestão num ambiente econômico ainda desfavorável. “O Ricardo assume com uma responsabilidade muito grande. O trabalho do Beto foi exemplar e mesmo num ambiente de muita corrupção em vários setores, essa federação foi um exemplo de instituição e de integridade. Mas a equipe é muito boa e temos que dar continuidade àquilo que já foi feito”, declarou.

Prado diz que, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos quatro anos, a Fiec conseguiu dar seus melhores passos. “Então, daqui para a frente, a tendência é a economia do Brasil melhorar. Os fatos estão aí acontecendo, e nos próximos meses a gente já vai ter bons sinais, a menos que o governo tome medidas, que ameaçou tomar, com relação ao Sistema S. Só o governo pode diminuir o potencial dessa nova administração”.

Sobre as especulações de que o Governo Federal poderá reduzir os recursos destinados ao “Sistema S”, Cavalcante foi preciso: “Temos que mostrar o que nós estamos fazendo, mostrar a quantidade de trabalho que é feita no Sistema S. Acho que está faltando diálogo nesse sentido”.

Indústria protagonista

O presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia (Cointec) da Fiec, Sampaio Filho, avalia que a gestão de Studart consolidou o papel da inovação na Fiec. “A bandeira dele sempre foi a da inovação dentro das nossas indústrias e do desenvolvimento do próprio Estado do Ceará”, disse. “E isso vai facilitar bastante o trabalho do Ricardo”. Além disso, Sampaio Filho diz que a instituição deve trabalhar cada vez mais perto da academia. “É preciso ter uma aproximação maior da academia com o setor industrial. Outro ponto é aproximar cada vez mais os governos, municipal, estadual e federal, para que eles entendam as demandas do setor e a gente possa trabalhar de braços dados”, diz Sampaio.

O presidente do Conselho Temático das Cadeias Produtivas e Agronegócios da Fiec (Conag), Bessa Júnior, ressalta que Cavalcante foi fundamental para a gestão de Beto Studart e que já está preparado para os próximos cinco anos. “A nossa expectativa é que o Brasil volte a andar. A gente vê toda uma disposição, uma boa vontade, uma movimentação, mas as coisas não estão acontecendo. O setor da indústria vai ter um grande desafio, que é ser protagonista nesse momento”, observa.

Presente ao evento, o diretor institucional do Grupo Edson Queiroz, Igor Queiroz, destaca que a eleição de Cavalcante assegura a continuidade do trabalho que Beto Studart desenvolveu à frente da Fiec.

“Estamos em um momento em que a economia ainda está andando de lado, e é preciso que haja um esforço colossal, por parte dos industriais, para gerar renda, gerar empregos, em um estado pobre e com muita desigualdade social”, afirmou.

Pequenos na exportação

Já a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec, Ana Karina Frota, diz que Cavalcante tem todas as condições de fomentar a indústria exportadora do Estado. “A Fiec continuará avançando, sendo uma referência nacional, comprometida com a indústria. Acredito que a gente terá condições efetivas de transformar a realidade econômica das empresas exportadoras, para que a gente possa, de fato, tornar a nossa indústria uma indústria global”, afirma.

Karina diz, no entanto, que o principal desafio, hoje, é capacitar as pequenas empresas locais para que elas possam atuar no mercado internacional com preços competitivos. “Isso é o que falta para que a gente coloque o produto do Ceará no mercado internacional”, pontua.

Transição

Para o atual presidente, Beto Studart, a eleição por aclamação representa uma vitória para a sua administração, que conseguiu se unir em torno de uma candidatura única. “Há cinco anos, eu assumi por aclamação com a hercúlea missão de suceder o Roberto Macedo. E consegui manter pacífica a nossa Fiec”, disse.

“Mas isso também é uma vitória dos nossos sindicatos”. Studart disse ainda que, durante o período de transição, irá, aos poucos, se afastar das atividades na Federação. “Começa agora uma nova etapa da minha vida. E passo a me dedicar mais aos meus negócios”, finalizou Studart.

Na casa da indústria, empresários apontaram as pautas de inovação, relacionamento com governos e a superação da crise econômica como principais pautas da nova gestão da Fiec

 Fonte: Jornal Diário do Nordeste.