São Paulo está dando um bom exemplo para Fortaleza. Lá, a Prefeitura decidiu resolver o problema da ocupação indevida dos espaços públicos pelo comércio buscando a mão visível da iniciativa privada. Liderado pelo ex-camelô mineiro Elias Tergilene, do Grupo UAI – operador de shoppings populares em Minas Gerais e estados do Nordeste – o consórcio liderado por ele venceu a licitação da Prefeitura para implantação, operação, manutenção e exploração, por 35 anos, do Circuito das Compras. Vai integrar os quatro maiores centros de comércio popular da região central e beneficiará diretamente a tradicional Feira da Madrugada. Por contrato, fará um shopping popular.
O centro de compras terá cerca de 4 mil boxes, serviço de informação ao turista, praça de alimentação, áreas para depósito e armazenagem, 63 salas comerciais e 12 salas de reunião, hotel com pelo menos 148 quartos, serviço de despacho e recebimento de compras, guarda-volumes, áreas de conveniência, estacionamento para 2 mil veículos- incluindo 315 ônibus-, terminal de passageiros, área de descanso para motoristas e guias e sistema de transporte interligando os quatro polos do Circuito. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) modelou o projeto.
A solução paulistana atende aos interesses de todos os lados, menos de quem vive hoje de explorar de modo ilegal a importante atividade econômica para a cidade, tal qual é importante para Fortaleza. Aqui na Capital, o submundo é semelhante. Só muda o endereço: rua José Avelino e entorno. O POVO tem acompanhado o quadro. Galpões, em resumo, sem alvará de funcionamento. Ou seja, ilegais. Apresentam risco de incêndio, além de oferecer desconforto para quem trabalha e compra no local. Ademais, submetem as pessoas que lá trafegam a outro tipo de insegurança. Já passa da hora uma atitude da Justiça determinando o fechamento dos galpões.
No desenho de cidade que a Prefeitura encomendou a técnicos, a área hoje invadida pela falta de regras, tem outra destinação. Choca com o circuito cultural da região – Dragão do Mar, Caixa Cultural, Sesc Iracema, por exemplo. Portanto, tolerar este tipo de ocupação é um erro do Município e um risco para quem comercializa na área. Aquilo não pode dar certo.
Fonte: Jornal O Povo online.
Jocélio Leal
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