A taxa média de juros no crédito livre caiu de 47,3% ao ano em maio para 46,1% ao ano em junho, informou nesta quinta-feira, 27 o Banco Central ao divulgar a nota de operações de crédito no mês passado. Em junho de 2016, essa taxa estava em 51,9% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 64,5% para 63,3% ao ano, de maio para junho, enquanto para pessoa jurídica foi de 26,12% para 24,8% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa recuou de 325,1% para 322,6% ao ano de maio para junho. Para o crédito pessoal, passou de 50,4% para 48,6% ao ano.
Para veículos, os juros foram de 24,3% para 24,0% ao ano, de maio para junho. Em junho de 2016, a taxa estava em 26,0%. Em 12 meses, a taxa apresenta queda de 2 pontos e, em 2017, baixa de 1,7 ponto.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), recuou de 29,4% ao ano em maio para 28,8% ao ano em junho. Em junho de 2016, estava em 32,5%.
A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 5,9% em maio para 5,6% em junho, informou o Banco Central. Em junho de 2016, a taxa estava em 5,6%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência passou de 5,9% em maio para 5,8% em junho. No mesmo mês do ano passado, estava em 6,2%. Para as empresas, a taxa foi de 6,0% em maio para 5,3% em junho.
A inadimplência do crédito direcionado passou de 2,2% em maio para 1,9% em junho. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra baixa da inadimplência de maio para junho, de 4,0% para 3,7%. Um ano antes, a taxa estava em 3,5%.
No cheque especial, o volume de calotes passou de 15,5% em maio para 15,2% em junho.
No caso de aquisição de veículos, o volume de calotes foi de 4,5% em maio para 4,4% em junho. No cartão de crédito, passou de 7,7% para 7,5% no período.
ICC
O Indicador de Custo do Crédito (ICC) caiu 0,2 ponto porcentual em junho ante maio, para 22,2% ao ano. Houve baixa de 0,2 ponto porcentual no caso de pessoas físicas, para 28,1% ao ano, e recuo de 0,2 ponto porcentual no caso de empresas, para 16,1% ao ano.
O ICC é o mais recente indicador de crédito do Banco Central, que passou a ser publicado na Nota de Política Monetária e Operações de Crédito da instituição. O porcentual do indicador reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, é um indicador que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro, nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Considerando apenas o crédito com recursos livres, o ICC caiu 0,5 ponto porcentual em junho ante maio, para 37,1% ao ano. No caso do crédito com recursos direcionados, o indicador subiu 0,1 ponto porcentual, para 9,0%.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre caiu de 37,7 pontos porcentuais em maio para 36,5 pontos porcentuais em junho, informou o Banco Central. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 54,7 pontos para 53,5 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio recuou de 16,8 pontos para 15,4 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado – operações com destinação específica – passou de 4,3 pontos em maio para 4,4 pontos em junho. Já o spread médio no crédito total (livre + direcionado) caiu de 21,5 pontos para 21,0 pontos porcentuais no período.
O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre seguiu estacionada em 9,6 pontos pelo terceiro mês seguido.
Serasa: volume de cheques devolvidos cai no 1º semestre, no menor nível em 2 anos
O volume de cheques devolvidos no País por falta de pagamento caiu no primeiro semestre em relação a igual período de 2016. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos divulgado nesta quinta-feira, 27, o porcentual de devoluções de documentos pela segunda vez por insuficiência de fundos foi de 2,13% nos seis primeiros meses de 2017, na comparação com 2,41% anteriormente.
Conforme os economistas da Serasa, o resultado – o menor patamar de inadimplência com cheques dos últimos dois anos – reflete a inflação baixa, a queda na taxa de juros a entrada dos recursos do FGTS na economia.
No primeiro semestre, 5.325.735 cheques foram devolvidos e 250.296.036 foram compensados. No mesmo período de 2016, por sua vez, foram 7.059.080 cheques devolvidos por falta de fundos e 292.598.781 compensados.
Em junho, o total de cheques devolvidos em relação aos compensados foi de 1,86%, menor que a devolução de 2,15% registrada em maio. Também ficou aquém do porcentual de devoluções registrado no sexto mês do ano passado, de 2,36%.
A região Nordeste foi a que apresentou o maior número de devoluções, com 4,14%, enquanto o Sul do País foi onde se observou o menor porcentual de documentos devolvidos por falta de fundo, de 1,77%.
Entre os Estados, o Amapá ficou liderou o ranking no primeiro semestre: foram 17,76% de cheques devolvidos por insuficiência de fundos. São Paulo, por sua vez, teve o menor volume de devoluções, de 1,69%.