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Liquidação antecipada de calçado e vestuário

By 03/07/2013No Comments

LOJAS de RUA
Promoções, que costumam acontecer no mês de agosto, foram antecipadas pelo comércio varejista

A maioria dos estabelecimentos em promoção são lojas de ruas. Poucas estão liquidando nos shoppings e na Av. Monsenhor Tabosa Foto: Waleska Santiago
A maioria dos estabelecimentos em promoção são lojas de ruas. Poucas estão liquidando nos shoppings e na Av. Monsenhor Tabosa Foto: Waleska Santiago

Uma temporada de liquidações no comércio varejista foi iniciada nesta alta estação e chega em Fortaleza de forma ainda tímida. As ofertas ganharam um pouco mais de força nas lojas de rua, onde é possível encontrar estabelecimentos oferecendo descontos de até 70% em mercadorias.

É o caso da loja de calçados Rafaela Victor, que disponibiliza produtos à venda por valores de 50% a 70% menores. De acordo com a proprietária, de mesmo nome do estabelecimento, a liquidação é uma forma de vender peças lançadas em coleções anteriores para receber produtos da nova temporada.

“O principal motivo da promoção é a troca de coleção e a falta de produtos. A grade começa a ficar quebrada. Como trabalho com sapatos, tem vezes que vendo uma grade quase toda, ficando apenas um sapato de um número no estoque”, explica Rafaela Victor, que afirma ter dois tipos de clientes. “Tem as clientes da promoção e aquelas fiéis, que buscam novidades. Elas correspondem a uma fatia de 30% e 70%, respectivamente”, conta.

Entre peças da coleção atual, com 50% de desconto, e produtos de coleção antiga, com 70%, a loja oferece calçados a partir de R$ 57 e espera aumentar o faturamento em até 40% na comparação com junho, marcado por queda nas vendas devido aos feriados ocorridos durante a Copa das Confederações.

No setor de moda feminina, também é possível encontrar estabelecimentos com preços menores. Na loja Lolla, por exemplo, todas as peças estão pela metade do preço, segundo a proprietária, Luciana Uchoa. “Por conta da Copa das Confederações, decidimos antecipar a liquidação. Temos muitos clientes de outros estados, pois ficamos conhecidos entre eles pela internet”, explica.

Luciana acrescenta que as clientes podem encontrar peças a partir de R$ 59,90. “São blusas, shorts, saias e vestidos”, comenta. Sobre o faturamento, ela afirma esperar um incremento de até 30% nas vendas.

Poucas nos shoppings
Para o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers do Ceará (Aloshop), Abílio do Carmo, a parcela de lojas que aderiu às promoções nos shoppings ainda é bastante pequena. De acordo com ele, os poucos estabelecimentos em liquidação querem recuperar o déficit no faturamento registrado no mês anterior, prejudicado pelos feriados nos dias de jogos da Copa das Confederações, realizados na Arena Castelão.

“As lojas tiveram uma redução de pouco mais de 10% com os feriados. Em vista disso, algumas lojas satélites dos shoppings anteciparam suas liquidações, procurando estabilizar seu fluxo de caixa. Normalmente, essas liquidações começam em agosto, porque o mês de julho já é muito bom para o comércio. Estamos esperando 700 mil turistas, segundo a Secretaria de Turismo do Estado, e isso é um reflexo muito bom”, contextualiza.

Já as lojas da Avenida Monsenhor Tabosa estão, em pequenas quantidades, em ritmo de promoção desde o mês de março, conforme o presidente da associação de lojistas da região, Antônio Cruz Gonçalves. “As vendas caíram muito, mas neste período elas aumentam cerca de 12% relativamente ao mesmo período do ano passado. É normal nessa época o consumidor nativo e os visitantes frequentarem muito a avenida e comprar”. Por isso, de acordo com Gonçalves, as pouca quantidade de lojas em liquidação deve ficar mais restrita ainda durante as férias. “Julho é uma alta estação em que não é chamativo para promoções. Acredito que apenas 20% das lojas devem oferecer descontos”, afirma.

Direito de troca
A troca de mercadorias não é um direito do consumidor, alerta o defensor público João Ricardo Vieira, do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública. “Não há nenhuma previsão legal que garanta ao consumidor que se ficar insatisfeito tem direito a troca. Isso é uma política de fidelização das empresas, que colocam um prazo de troca para que o consumidor tenha direito naquele período. No momento em que o fornecedor estabelece isso, ele se obriga a trocar a mercadoria”, explica.

João Ricardo complementa ainda destacando o direito do comerciante não realizar a troca de produtos que estejam em promoção, visto que muitas lojas anunciam durante liquidações. “Como a troca não é um direito do consumidor assegurado por lei, as lojas têm o pleno direito de fazer isso de acordo com a legislação atual”, pontua ele, alertando para que a compra seja feita apenas se realmente necessária.

ANA BEATRIZ SUGETTE
REPÓRTER

Fonte Diário do Nordeste.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1287251