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Lojistas reclamam dos custos

By 24/06/2007janeiro 21st, 2017No Comments

IMPOSTOS X EMPREGOS (24/6/2007)

Maia Júnior

 João Maia informa que compra uma dúzia de meias felpudas a R$ 60,00 e vende a unidade a R$ 10,00. Seu concorrente camelô compra do fornecedor pelo mesmo preço, mas consegue vender a R$ 6,00. ´O problema é que eu tenho de arcar com 17% de ICMS, mais 5% da administradora do cartão de crédito, se o cliente quiser incluir as meias numa compra maior, mais 5% da comissão do meu vendedor´, detalha.

Encargos

O empresário elenca, ainda, como custos das empresas formais aluguel do ponto, energia e altos encargos trabalhistas. Para ele, os ambulantes não deveriam vender produtos industrializados. ´Uma loja de grande porte vende um DVD a R$ 20,00 e não ganha 2,00. mas o produto já sai pago da fábrica. No Beco da Poeira, um DVD falsificado pode ser comprado a R$ 2,50 e revendido nas bancar dos camelôs a R$ 5,00. Tudo sem imposto´.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, parece haver, por parte do poder público, uma inversão de valores, com maior proteção ao segmento informal do que ao setor gerador de ocupações com carteira assinada. ´O comércio é o segmento que efetivamente mais recolhe impostos no Estado. No entanto, recebe menos ou nenhum apoio. O delinqüente passa a não ter respeito às pessoas e aos seus princípios morais e éticos´, comenta ele.

Cid Alves e João Maia criticam a postura da gestão municipal de não permitir a abertura do comércio lojista aos domingos. É como se estivéssemos ainda nos idos dos anos 60 e 70 , quando até mesmo para almoço se cerrava as portas´, diz o presidente do Sindilojas.

Estacionamentos

Já o presidente da Ascefort destaca que a medida só beneficia os shopping centers. ´Muita gente prefere ir a um shopping por causa da falta de estacionamento no Centro. Temos projetos como edifício garagem e estacionamento na Leste Oeste que não saíram do papel. Acho que esbarram em interesses´, comenta.

Os lojistas da área querem a liberação, da Câmara de Vereadores, de um projeto de lei que regulamenta a criação de estacionamentos verticais no bairro central. ´Já existe em todas a cidades desenvolvidas do planeta´. Outra opção seria a criação de um estacionamento na Leste Oeste. ´Um microônibus pegaria os clientes no estacionamento e circularia em corredores livres pela área´. (SC)

PREÇO

30% do valor médio de uma mercadoria vendida no Centro de Fortaleza equivale ao custo de manutenção de um negócio formal, segundo estimativa dos empresários, que citam a tributação e os custos fixos como vilões

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Barco à deriva

Os problemas que os comerciantes do Centro de Fortaleza vêm enfrentado no que diz respeito ao cumprimento da legislação por parte do Poder Municipal são gritantes. Não obstante o hercúleo esforço que o competente secretário Paulo de Tarso vem desenvolvendo à frente da pasta do Centro, é uma só voz perdida na imensidão desse mar crepusculoso da administração municipal, que prometeu em palanque a revigoração do Centro e, até agora, produz muito pouco. Trata-se de uma secretaria sem orçamento próprio e completamente dependente de outra, cujo secretário é um vereador licenciado que depende de eleitores para voltar ao seu mister que não é administrar, e sim fazer política.

No dia 9 de junho, assistimos à verdadeira invasão de camelôs no Centro, vendendo inclusive o que é proibido por lei como alimentos com risco de contaminação, CD e DVD piratas, telefone celular de origem duvidosa, confecções e tênis de grifes falsificadas, relógios frutos de descaminho e brinquedos sem selo do Inmetro. A conclusão que, enfim, eu chego é simples: nós lojistas, que contribuímos com nossos impostos para o desenvolvimento do Ceará e do Brasil, somos os que recebemos menos ou nenhum apoio. Enquanto o informal, se vestindo de necessitado, de humilde e humilhado pode tudo, inclusive praticar ilicitudes, que o braço da lei não o alcança. E nós ficamos como um barco à deriva, sem ter a quem recorrer.

CID ALVES
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas)


Diário do Nordeste Negócios
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=445853

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