EM FORTALEZA
Levi de Freitas | 15h23 | 31.12.2014
Artista estava internado desde a última segunda-feira (29)
Morreu nesta quarta-feira (31) o poeta cearense Mário Ferreira Gomes, 67, em Fortaleza. O artista estava internado desde a última segunda-feira (29) no Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro.
A unidade hospitalar não informou a causa da morte. A família também não se manifestou sobre horário e local de velório e sepultamento.
Mário Gomes é conhecido como o ‘Poeta Descomunal’. Andarilho, era comumente visto na Praça do Ferreira, ou nos arredores do Centro Cultural Dragão do Mar, ambos no Centro da Capital.
Quem pôde conviver com o poeta Mário Ferreira Gomes, o ‘Poeta Descomunal’, lamentou na última tarde de 2014 a morte do artista. Mário, que vagava pelas ruas de Fortaleza e costumava disseminar seu conhecimento no Centro da Capital, teve a morte confirmada nesta quarta-feira (31).
O poeta de 67 anos foi encontrado desacordado próximo ao Centro Dragão do Mar, e levado em estado grave para a unidade médica na última segunda-feira (29).
O jornalista, escritor e amigo do poeta, Auriberto Cavalcante Vidal, lamentou a morte do companheiro de aventuras da juventude. “Conheci o Mário na década de 80, participamos de muita boemia, noitadas. Declamamos muita poesia no meio da rua, na praia. A gente sempre batia um papo (nas praças e ruas) e quando me via, ele sempre tirava do bolso uma poesia nova. É lamentável (a morte de Mário). Ele é um poeta que não existe outro igual no Brasil”, disse.
Vidal afirmou que acompanhou os últimos momentos de Mário Gomes e buscava ajuda, junto com outros amigos, para cuidar melhor do poeta. “Há muito tempo que a gente vem postando nas redes sociais que as autoridades deveriam ajudar, pois os amigos não podiam fazer muita coisa. A gente estava cobrando uma atenção, um cuidado, mas ninguém nunca fez nada. Ele vivia largado mesmo. É realmente uma tristeza. A literatura, a poesia cearense, estão de luto. A poesia está chorando a partida do Mário Gomes”, afirmou.
Confira uma das poesias de Mário Gomes:
“Quando eu morrer
Irão distribuir minhas camisas,
Minhas calças, minhas meias, meus sapatos.
As cuecas jogarão fora.
Ninguém usa cueca de defunto.
Irão vasculhar minha gaveta.
Vão encontrar muita poesia,
Documentos e documentários.
Só sei dizer
Que foi gostoso viver.
Sentir o amor e proteção de minha mãe.
De conhecer meus irmãos, meus amigos.
De ver de perto as mulheres.
Só posso deixar escrito:
“obrigado vida”. ”
Fonte Jornal Diário do Nordeste.
ARTISTA DAS RUAS
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