Pouca gente se arriscou a ir ao Centro no primeiro dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus em Fortaleza. A Praça do Ferreira estava tranquila como em um domingo. Os comerciantes lamentavam o baixo movimento e já previam prejuízos.
Segundo Maia Júnior, presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), o fluxo de pessoas nas lojas caiu cerca de 70%. “Das 350 mil pessoas que vão para o Centro todo dia, 300 mil vão de ônibus”, afirma.
De acordo com Maia Júnior, o movimento caiu desde a última terça-feira, quando aconteceu a primeira ameaça de início da greve. “As pessoas ficaram com medo de vir ao Centro por conta da falta de ônibus”, explica.
Quem trabalha no Centro também teve muita dificuldade de chegar. Emanuel Porfilho foi um deles: o ônibus em que estava parou na avenida Bezerra de Menezes e todos os passageiros tiveram que descer. O jeito foi continuar o percurso a pé. Thiago Franklin também sofreu com a situação: “Peguei ônibus e um que tinha passado antes foi parado. Todo mundo que estava nele veio para o que eu estava e ficou muito lotado”.
A vendedora Elisângela Vasconcelos, que trabalha em um quiosque de bijuterias no Shopping Lisbonense, disse que outras duas franquias da loja não abriram por conta do movimento grevista. “As funcionárias não tiveram como ir. Uma ficou presa no terminal do Siqueira e outra nem saiu de casa, com medo de ficar na rua”, conta Elisângela.
A dona de casa Marleni Sousa relata que conseguiu chegar ao corredor de compras de van. Ela disse que se arriscou em ir ao Centro porque precisava comprar remédios e trocar um sapato. “Só não sei como vai ser a volta (para casa)”, temia.
Juliete Barbosa só pode ir ao Centro porque foi de moto, mas a volta também ainda era um desafio: mais de duas horas esperando.
(Lusiana Freire e Mariana Freire, especial para O POVO)