Notícias

Natal deve ter o pior resultado em 12 anos

By 13/10/2015No Comments

Com um cenário de desconfiança, queda no emprego, inflação alta e escalada de preços, o bom velhinho deve economizar mais nos presentes de Natal este ano. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas para o próximo Natal deverá registrar a primeira queda nas vendas desde 2004, uma vez que a expectativa de movimentação financeira é de R$ 32,2 bilhões, o que representará uma queda de 4,1% em relação ao ano passado. A confirmação desse quadro deverá frear a demanda por trabalhadores temporários em 2015. De acordo com a entidade, pela primeira vez desde 2009, a estimativa aponta para uma retração de 2,3% no número de vagas em relação ao ano anterior.
O segmento de móveis e eletrodomésticos será um dos mais afetados pela significativa desvalorização cambial, pela inflação elevada e, sobretudo, pelo encarecimento do crédito. A previsão da CNC é que o setor apresente uma das maiores retrações em relação a 2014, com queda de 16,3% nas vendas. Dos oito segmentos avaliados, entre eles hiper e supermercados, vestuário e calçados, farmácias e perfumarias, só há expectativa de crescimento das vendas no ramo de artigos de uso pessoal e doméstico, de 3,1%.
A remuneração média no varejo deverá alcançar R$ 1.442,00 avançando, portanto, 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado (0,5%, se descontada a inflação) O maior salário de admissão deverá ocorrer no ramo de artigos de informática e comunicação (R$ 1.955,00), contudo, esse segmento deverá ofertar apenas 1,7% das vagas totais a serem criadas no varejo.

Impactos
Segundo os dados mais recentes do IPCA-15, nos últimos doze meses encerrados em setembro, os bens e serviços mais demandados no período de Natal acumularam variação média de 8%. Mantido esse ritmo até dezembro, o preço médio desses itens sofreria a maior variação positiva da série histórica iniciada em 2003, superando a oscilação de 2008 (7,4%).
Diante desse cenário, a contratação de trabalhadores temporários deverá ser impactada. Apesar da previsão de queda de 2,3% no número de vagas em relação a 2014, a demanda sazonal por emprego no comércio varejista deverá levar o setor a oferecer 139,6 mil posições, uma vez que o volume de vendas do comércio costuma crescer, em média, 35% no último mês do ano. Em Fortaleza, pelo menos, isso já é realidade, uma vez que apenas 900 vagas temporárias estavam disponíveis na semana passada, contra cerca de três mil em iguais períodos de anos anteriores, segundo informou o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).