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O misterioso empresário Jereissati sai da sombra e conta como fez um dos maiores impérios do brasil

By 26/07/2000outubro 12th, 2011No Comments

O homem forte da Telemar diz que tem dinheiro de sobra para investir na telefonia
Por Expedito Filho e Fernando Thompson

 

Empresário Carlos Francisco Ribeiro Jereissati

Empresário Carlos Francisco Ribeiro Jereissati

Empresário Carlos Francisco Jereissati, 54 anos, homem forte do consórcio de telefonia Telemar, saiu das sombras de alma lavada. Em seu gabinete no Market Place, no bairro do Morumbi em São Paulo, ele nem de longe lembra o temido empresário que há dois anos uniu a La Fonte Participações S/A, uma das maiores empreendedoras de shopping centers do País e da qual é presidente, às empresas nacionais Inepar, Andrade Gutierrez e Macal no grupo que seria a grande surpresa do processo de privatização do Sistema Telebrás. O lance rendeu a Jereissati 14,58% da segunda maior companhia de telefonia fixa da América Latina, com 10,7 milhões de assinantes e valor de mercado de mais de R$ 17 bilhões – perde apenas para a mexicana Telmex, com 10,8 milhões de clientes. Mas também colocou-o sob os holofotes de que sempre fugiu, apontado como o responsável pelo chamado escândalo do grampo do BNDES, que acabou resultando na demissão de dois dos principais nomes do primeiro escalão do governo. “A Telemar, na época injustamente chamada de Telegangue, hoje é a estrela da Bolsa”, afirmou Jereissati à DINHEIRO, numa rara e exclusiva entrevista. Trata-se de um desabafo. Na ocasião do escândalo, dizia-se que, por reunir empresas com pouca ou nenhuma intimidade com telecomunicações, a Telemar estava fadada ao fracasso. Falava-se também que o dono da La Fonte entrou no negócio movido pela especulação e que sairia dele assim que pudesse. Até agora, nem uma nem outra previsão se confirmaram.

Ao olhar para trás, Jereissati avalia que existiam sim interesses, mas do outro lado – entre os que comandavam o processo de privatização. Reforçada pelo ingresso do Banco Opportunity, que assumiu a posição da Inepar, a Telemar é hoje uma empresa pacificada. Existem, aqui e ali, choques, mas que não chegam a abalar a harmonia da sociedade. “Pode escrever: estamos unidos”, diz. O grupo já contratou o banco francês Lazard Ferrer para encontrar um sócio estrangeiro e já tem até o perfil do candidato a parceiro no negócio. É um grupo, preferencialmente, norte-americano, que tenha know-how no setor e capacidade de agregar valor à companhia. Além disso, tem de se contentar com uma participação máxima de 20% do capital. E mais: do ponto de vista financeiro, a Telemar, que controla 16 operadoras de telefonia fixa da região Sudeste à região Norte, está vivendo seus melhores dias. Tanto que, segundo Jereissati, pagará antecipadamente ao Tesouro Nacional os R$ 1,5 bilhão referentes à compra da companhia no leilão de privatização. Os números da empresa são impressionantes: em 20 meses, cresceu 40%. Somente este ano serão investidos R$ 3 bilhões e outros R$ 4 bilhões no próximo. “A Telemar não se dobra”, garante. O cearense Carlos Francisco Jereissati também não se curva com facilidade. Desde que o pai Carlos Jereissati morreu de infarto aos 44 anos, pegando os seis filhos ainda menores de idade, ele chamou para si a responsabilidade. E não titubeou. Aos 17 anos, iniciou sua vida de homem de negócio. Somente 35 anos depois é que sentiu, pela primeira vez, o medo de sair derrotado. Chegou a pensar em deixar a empresa no auge do escândalo do grampo BNDES, mas hoje reconhece que seria um erro. Ao longo dos anos, Jereissati – casado e pai de 3 filhos, com formação em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – provou ter o toque de Midas. Em 1978, comprou, com ajuda de um financiamento chapa branca da CEF, 12 prédios do empresário Alfredo Matias no Portal do Morumbi e uma pequena participação no Shopping Iguatemi, um negócio que começava a florescer. Vendeu os 12 prédios em 48 horas.

Intuitivamente, optou por ficar apenas com a participação no Iguatemi. Erguia-se, assim, a poderosa rede de nove shoppings espalhados por todo o País, amparados debaixo do guarda-chuva da La Fonte Participações S/A. O grupo possui também uma fatia do Shoping Iguatemi do Ceará, cujo controle pertence a seu irmão, o governador Tasso Jereissati, um tucano de alta plumagem e vôo regional. Criou-se o mito de que os dois irmãos são inimigos. Bobagem. Diferenças existem, claro. Tasso limita sua atuação empresarial ao Ceará e prefere a política à vida de homem de negócios. Carlos, que escolheu os negócios, ampliou sua atividades para todo o País. Os concorrentes é que não perdoam. Classificam Jereissati como um predador. Sua agressividade no reino da atividade econômica é proporcional a sua capacidade de se recolher. Para sobreviver no mundo dos negócios, quase nunca concede entrevistas. Abriu uma exceção e o resultado vem a seguir:

 DINHEIRO – Quem é o empresário Carlos Jereissati?

CARLOS FRANCISCO JEREISSATI – Meu pai morreu em 1963. Eu tinha 17 anos. Com 19, vim para São Paulo. Desde que cheguei aqui o que tenho feito é desenvolver atividades na área empresarial. Eram três negócios fundamentais. Uma fábrica de fechaduras, uma pedreira e um moinho de trigo. O moinho de trigo é no Ceará, o Grande Moinho Cearense, e existe até hoje. A fábrica de fechaduras era a La Fonte e foi vendida há dois anos para outra empresa. A pedreira se exauriu e foi desapropriada no governo da Luiza Erundina. Eu gosto de frisar que desde 1966 até 1998, atuei na área privada não ligada ao governo. Não presto serviço, não compro, não vendo, não intermedio para o governo.

DINHEIRO – Quais as outras áreas em que o Grupo La Fonte atua?
JEREISSATI – Fundamentalmente na imobiliária, de telecomunicações e de alimentação (moinhos de trigo). Vendemos a área de metalurgia e vamos nos concentrar nestas três agora. Na política, não.

DINHEIRO – O senhor fala por telefone com seu irmão?
JEREISSATI – Você há de convir que há uma faixa que deve ser mantida. Ele tem uma carreira de político e eu tenho de empresário. E não pode haver confusão de que a vitória de um esteja ligada à dependência de outro. Ou ele ganhou a eleição porque eu financiei ou eu ganhei um negócio porque ele ajudou. Fica uma relação incestuosa e mal vista. Então a gente faz absoluta questão de manter as coisas separadas e não contar um para o outro, quando isto é um assunto objeto do ofício.

DINHEIRO – Empresários brasileiros vão poder controlar setores privatizados ou os estrangeiros vão acabar levando vantagem?
JEREISSATI – Esse talvez seja o ponto central. O empresariado nacional não é melhor nem pior do que seus pares nos EUA e na Europa. O problema é que ele não tem acesso ao capital e quando tem é a custo absolutamente incompatível. O primeiro grande desafio do empresariado nacional é a existência de capital disponível para empréstimo. Segundo, ter acesso a ele. E terceiro, a um custo internacional.

DINHEIRO – E o BNDES?
JEREISSATI – O BNDES e os fundos são os únicos investidores brasileiros de longo prazo, a um custo imensamente superior aos internacionais. Mas ainda bem que eles existem, porque senão haveria rigorosamente nada.

DINHEIRO – Então qual é o papel do BNDES?
JEREISSATI – O problema do BNDES pode ser resolvido de uma maneira mais favorável ao desenvolvimento nacional. Os interesses que vêm prevalecendo nos últimos 20 anos, que são os financeiros, devem ser relegados ao plano que lhes cabe. Esse é um problema de estratégias e de prioridades de governo. Se o objetivo for o desenvolvimento controlado, selecionado e um bem estar da população ajuizado, os interesses financeiros não devem sobrepujar os interesses vitais da nação, como tem feito nos últimos 25 anos.

DINHEIRO – O senhor pode analisar o papel dos fundos de pensão no processo de privatização?
JEREISSATI – Sem os fundos de pensão não teriam sido possíveis nenhuma das privatizações. Cumpriram seu papel histórico, o de ser investidor de longo prazo em negócios de reconhecida rentabilidade: energia, telecomunicações e eventualmente siderurgia. Você pega a Previ, o fundo dos funcionários do Banco do Brasil. Ele tem um papel fundamental na CPFL, na Vale do Rio Doce e na Telemar. A Previ comprou na privatização 10% da Telemar e detinha aproximadamente de 6% a 7% da carteira própria. O papel da Telemar na bolsa, quando foi comprada, valia 1/5 do valor pago ao Tesouro Nacional pelo pacote de controle. Hoje, já está valendo 60%. Ou seja, a Previ já recuperou esse investimento. Ela já saiu de R$ 6 o lote de mil ações, em setembro de 1998, para algo em torno de R$ 42. E pelo desenvolvimento da Telemar, esse valor vai crescer 50% nos próximos 12, 15 meses. E a Telemar era o patinho feio na época da privatização.

DINHEIRO – A Telemar foi um bom negócio para a Previ?
JEREISSATI – Talvez seja o melhor negócio da Previ.

DINHEIRO – O sr. acha que o Ricardo Sérgio (ex-diretor do BB) agiu no limite da responsabilidade no caso das privatizações?
JEREISSATI – Acho que o sentido dado à expressão dele foi injusto. O que ele quis dizer foi: vamos parar por aqui porque daqui a pouco nós vamos passar para a irresponsabilidade. É um diretor que deixou muita saudade no Banco do Brasil.

DINHEIRO – O senhor esteve nos EUA em busca de um parceiro estratégico para a Telemar. No mercado se fala que há conversas com a Bell South e com a AT&T.
JEREISSATI – Deixa eu explicar. Criou-se uma falsa necessidade na imprensa de que a Telemar precisa de um operador. Como se a Telemig não fosse uma operadora.

DINHEIRO – Mas isso foi falado dentro do BNDES.
JEREISSATI – Algumas pessoas que ocupavam cargos no BNDES falavam isso. Outras falavam, mas não agiam dessa forma. Porque, diga-se de passagem, o BNDES desde o primeiro momento deu um apoio extraordinário. Pelo menos a mim. Perguntavam o que eu queria fazer, eu dizia e nunca se posicionavam contra. De vez em quando tinha uma declaração que não correspondia à ação. A vida tem desses aspectos complicados. Mas acredito que esse investimento do BNDES, através do BNDESPar, vai ficar entre os melhores que ele já fez.

DINHEIRO – E o sócio?
JEREISSATI – Estamos selecionando eventuais parceiros estratégicos, uma pessoa jurídica que paga o mesmo preço que você pagou. E traz com ele uma experiência que você não tenha. Ou traz uma mais valia, um patrimônio que você não tem. É uma procura difícil e que necessariamente não vai ser alcançada. O mercado associa esse parceiro estratégico a um operador. E imagina que a gente esteja usando esse nome como uma forma de maquiar essa verdadeira figura. Vão ter uma grande surpresa, porque, se não encontrarmos o parceiro que procuramos, não vamos fazer negócio nenhum. Se não for do jeitinho que a gente quer, não vai entrar ninguém.

DINHEIRO – Que jeitinho é esse?
JEREISSATI – Primeiro tem que ser minoritário. Segundo, com direitos rigorosamente proporcionais às ações que venha a ter. E eu estou falando de no máximo 20% das ações.

DINHEIRO – Quais seriam os grupos?
JEREISSATI – Ainda não há grupos. Mas há uma definição nossa de que devem ser americanos e de grande valor agregado. Um exemplo que não é o caso. Imagina se a General Electric quisesse entrar com 10%. Isso acrescenta valor à companhia. Não vai ser a Maranguape Telecom que vai entrar na Telemar ainda que esteja disposta a pagar cinco vezes o que ela vale.

DINHEIRO – No mercado, o que se diz é que vocês estão atrás de recursos para pagar a última parcela pela licença da Telemar.
JEREISSATI – Nós vamos pagar antecipado, antes do dia 4 de agosto, sem nenhum empréstimo oficial. É a única privatização ocorrida neste País neste valor que não teve nenhum empréstimo de banco oficial. Todas as outras tiveram no mínimo 50% do BNDES. Nós tivemos zero.

DINHEIRO – Mas o BNDESPar ficou na empresa. Não é um financiamento indireto?
JEREISSATI – Esse é um assunto que eu prefiro não comentar. Já esclareci na época. São águas passadas.

DINHEIRO – Quanto vocês vão pagar?
JEREISSATI – R$ 1,550 bilhão, com correção.

DINHEIRO – De onde virá o dinheiro?
JEREISSATI – Quem deve a terceira e última parcela pela licença é a Telemar Participações, uma holding que controla a Tele Norte Leste, que, por sua vez, controla as 16 operadoras. A Telemar é uma holding com R$ 500 milhões em caixa que serão usados para pagar a parcela. Não se pode confundir com o caixa da Tele Norte Leste, da ordem de R$ 1,5 bilhão e no qual não vamos mexer. A holding tem também um fluxo de caixa anual, vindo da Tele Norte Leste, da ordem de R$ 300 milhões. Também vamos usar esse dinheiro. E por fim, a Telemar acaba de realizar com sucesso o lançamento de R$ 620 milhões em debêntures. A procura pelos papéis foi excepcional e superou em quase três vezes o valor da oferta.

DINHEIRO – É verdade que antes vocês não admitiam um sócio estrangeiro?
JEREISSATI – Um detalhe. A noiva quem escolhe somos nós.

DINHEIRO –Não era o Luiz Carlos Mendonça de Barros quem estava escolhendo?
JEREISSATI – Isso você está dizendo. A Telemar, que foi chamada injustamente de Telegangue, virou a estrela da Bolsa.

DINHEIRO – Está disputando com a Petrobras essa posição.
JEREISSATI – Disputando não. A Telemar é disparada a blue chip da bolsa. É a maior empresa privada nacional. A única recomendada como “buy” pelos cinco bancos americanos.

DINHEIRO – Em quanto tempo as ações vão subir?
JEREISSATI – A minha expectativa é de que em 15 meses elas venham a igualar o valor da parcela de controle. O que significa valorizar quase cinco vezes desde setembro de 1997.

DINHEIRO – O sr. pensou em deixar a Telemar?
Jereissati – Em outubro de 1998 teve um momento que eu achei que não valia a pena.

DINHEIRO – Por quê?
Jereissati – Foram aquelas notícias descabidas. Uma enxurrada: que a empresa era de sócios que não conheciam, que não tinham coordenação, que não tinham capacidade.

DINHEIRO – É verdade que o Manoel Horácio (presidente executivo da Telemar) está saindo da empresa?
Jereissati – Eu vou ser direto. Quem demite e admite o presidente da Telemar sou eu. E eu garanto que não vou demitir.

DINHEIRO – Quais os planos de investimentos da Telemar?
Jereissati – A Telemar vai atacar o mercado agressivamente em cinco frentes. Local, longa distância, acesso em alta velocidade à Internet, ADSL em todo o Brasil e outros. É fundamental para a Telemar entrar em mobilidade, mais rápido do que vocês imaginam. A Telemar vai entrar nas bandas D e E. A Telemar vai entrar em 3G. Ela está investindo este ano R$ 500 milhões em transporte de dados. A Telemar pretende agregar parceiros nacionais para se tornar líder absoluta do mercado de telecomunicações no Brasil. A Telemar não se curva a ninguém. A Telemig a Telebahia têm melhores índices do que esses competidores em território nacional. Ultimamente não tem sido uma vantagem ser brasileiro. Mas há uma tendência, um sentimento de que haverá uma rápida valorização dos recursos humanos nacionais.

DINHEIRO – Vocês têm tecnologia para entrar sozinhos na telefonia móvel?
Jereissati – Vamos sozinhos. Quem tem a tecnologia são os fabricantes dos equipamentos. Nós temos engenheiros qualificados. Isso tudo é um marketing para criar a falsa necessidade de trazer quem tem o “toque mágico”. Vê a Americel, de Brasília. Eles estão com problemas.

DINHEIRO – Como ficará o setor de telecomunicações brasileiro em 2005, quando a competição for totalmente liberada?
Jereissati – O mercado vai ficar com quatro ou cinco operadoras totais. Depende muito das regulamentações futuras. O que eu posso dizer é que a Telemar pretende ser uma delas. A mais importante. Para quem é filho de político, como eu sou, sinto uma enorme receptividade no seio da sociedade, da imprensa e do Congresso de reestabelecer a grande empresa nacional em setores estratégicos. Você não encontra obstáculos, contra-argumentos a um país como o nosso ter um setor financeiro forte ou um setor de telecomunicações.

DINHEIRO – Proximidade com política ajuda ou atrapalha?
Jereissati – Funciona dos dois lados. O lado ruim é que, na área de shopping centers, havia uma enorme dificuldade dos fundos trabalharem comigo. Eles tinham receio de que se comprassem uma participação num shopping nosso podia ser entendido como favorecimento político. Esse é um exemplo. O lado bom é que, de vez em quando, essa mesma dificuldade funciona de maneira positiva. Você precisa ter acesso a uma determinada informação e as pessoas que estão alinhadas naquele momento com a situação te favorecem de uma forma legal. Tem uma simpatia, uma melhor boa vontade com você. Eu e o Tasso não temos ligação profissional. Mas quando você encontra um inimigo do Tasso, como o Collor, eu fiquei inteiramente proibido de fazer tudo. Não tinha crédito. Não podia fazer nada em lugar nenhum.

DINHEIRO – E com FHC, que é amigo do Tasso?
Jereissati – Não tenho problemas com ele. Não há favorecimento ilícito.

DINHEIRO – Teve problemas com Ciro Gomes?
Jereissati – Isso já foi superado. Conversamos. Nos beijamos, namoramos (risos).

DINHEIRO – O senhor votaria nele?
Jereissati – Voto em quem Tasso indicar.

DINHEIRO – A Telemar contratou a corretora Meta, da qual Eduardo Jorge é sócio. Isso levanta suspeita de retribuição?
Jereissati – Se a Telemar tivesse a ajuda do Eduardo Jorge na época da privatização, garanto que nada desse rebú chamado “Telegangue” teria acontecido. Absurdo você imaginar que, com a cobertura do Eduardo Jorge, então, secretário, pudesse acontecer uma coisa dessa natureza. Garanto que não houve participação direta ou indireta dele na empresa.

 

Fonte: Carlos Jereissati -


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