Na Rua Barão do Rio Branco, que recebe trabalhos do Transfor, a população também reclama da poeira, que estaria causando doenças Foto: Alcides Freire
DESVIOS E LENTIDÃO
Intervenções da Cagece, Transfor e Metrofor prejudicam comércio e obrigam motoristas a repensarem trajeto
Além de habilidade e muita paciência, circular pelo Centro de Fortaleza exige dos motoristas certo conhecimento do mapa do bairro. Saber o melhor caminho para trafegar e, consequentemente, fugir dos longos congestionamentos é essencial, tendo em vista que algumas das principais vias do entorno passam por grandes obras.
Na Avenida Dom Manuel, que tem um fluxo diário de 30 mil veículos, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) realiza a implantação de mais uma etapa do macrossistema de esgoto. Iniciada em 24 de julho, a intervenção acontece entre as ruas Rocha Lima e Pinto Madeira, no sentido Sertão / Praia. O trecho, que está interditado, deve ser entregue, segundo o órgão, até este mês. O mesmo serviço também acontece na Rua Pinto Madeira, entre a Dom Manuel e a Rodrigues Júnior. A Companhia informa que o investimento total do macrossistema em Fortaleza é de R$ 78,8 milhões.
Para acessar locais próximos à intervenção, os motoristas que seguem pela Av. Dom Manuel devem realizar o desvio à direita na Rua Rocha Lima, em seguida, à esquerda pela Rua Dona Leopoldina e, depois, novamente, à esquerda, com duas opções pela Rua Franklin Távora ou pela Rua Costa Barros (com acesso à pista contrária da Dom Manoel).
Insatisfação
Contudo, mesmo ciente da importância da obra, não é fácil suportar os transtornos. A vendedora Valdira Lima trabalha em uma loja no trecho interditado da Dom Manuel. Segundo conta, as vendas caíram 50% desde o início dos serviços. Mau cheiro, poeira, barulho e dificuldade para estacionar e chegar ao estabelecimento são as principais reclamações. “Os clientes não conseguem chegar. A situação está complicada até para vir trabalhar. O trânsito é caótico e ainda temos que andar mais, já que o ponto de ônibus foi retirado”.
Arcelino Lima, chefe do Núcleo de Trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), explica que a solicitação de interdição da via parte da empresa que realizará a obra, estando a mesma responsável pela sinalização da área. “Mantemos agentes nos pontos considerados críticos, a exemplo daqueles onde há desvios. Sabemos que as obras causam transtornos, mas não há como fazer um serviço sem intervenção na via”, afirma.
Outra via do Centro interditada é a Rua Barão do Rio Branco, entre as ruas Pedro Pereira e São Paulo. A obra é do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) e está voltada para serviços, como drenagem, pavimentação e nova sinalização. Para a realização destes, o tráfego está alterado. Os motoristas têm a opção de trafegar pela Barão do Rio Branco, dobrar à esquerda na Pedro I, à direita na General Sampaio e à direita na Rua São Paulo e retornar para a Barão do Rio Branco.
Serviço na Barão do Rio Branco gera reclamações
Muita poeira, engarrafamentos e pouco movimento nas lojas. Essas são as principais reclamações de quem tem comércio ou trafega na Rua Barão do Rio Branco, seja de carro ou a pé, no trecho entre as ruas Pedro Pereira e São Paulo, no Centro de Fortaleza. Lá, é realizada uma obra do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) desde o último dia 4.
Entre a Avenida Duque de Caxias e a Rua Pedro Pereira, no horário de pico, é possível passar até 30 minutos em apenas dois quarteirões. O publicitário George Frota trabalha próximo ao Centro e reclama que o tráfego se tornou mais difícil. “Deveria ter alguma sinalização na Av. Duque de Caxias”, destaca.
Antes deste trecho, a mesma obra foi feita entre as ruas Pedro I e Pedro Pereira. Alguns comerciantes ainda amargam os prejuízos. O dono de um estacionamento na via, que não quis se identificar, foi obrigado a fechar o seu estabelecimento por quatro meses. “Mesmo depois da obra, a gente ainda não conseguiu se recuperar. Fica o dia inteiro assim, quase vazio”, lamenta.
Nas lojas daquela rua, o movimento também foi reduzido. “Nossas comissões diminuíram pela metade”, afirma a vendedora de móveis Marly Mota.
Outro problema relatado pelos comerciantes é a poeira. “Depois que essa obra começou, só vivo doente”, conta o ambulante Adacildo Silveira.
Celeridade
Segundo a assessoria do Transfor, as obras de restauração da Rua Barão do Rio Branco no trecho entre as ruas Pedro Pereira e São Paulo têm 90 dias para serem concluídas. Ainda conforme a assessoria, para maior celeridade nos serviços, o Transfor adota esquema especial de trabalho. Durante a semana, as intervenções acontecem de 7h às 23h, e aos sábados de 7h às 17h.
JÉSSICA PETRUCCI / KELLY GARCIA
REPÓRTERES
Fonte: Diário do Nordeste
