REMESSAS AO EXTERIOR
Conforme a direção da drogaria, cerca de oito milhões de clientes
podem ser beneficiados com a oferta do serviço
Fim de janeiro será o prazo para que as unidades da Pague Menos no Ceará e outras 199 unidades em municípios do Brasil ofereçam aos clientes a possibilidade de transferir dinheiro para qualquer destas cidades e mais de 200 países nos quais a parceria com a multinacional do ramo de serviços de pagamentos e transferência de dinheiro, a Western Union, permita. No Brasil, foco do negócio, o mercado está estimado em cerca de cinco vezes o internacional, que corresponde aos envios daqui para o exterior e vice-versa e chega a somar cerca de US$ 7 bilhões.
Ancorando essa expectativa, hoje, segundo dados da própria rede de farmácias, cerca de oito milhões de clientes são atendidos mensalmente nas unidades da Pague Menos. “Isso (transferência de dinheiro) tem muito a ver com a Pague Menos e, até agora, somos os únicos autorizados pelo Banco Central no País”, informou o proprietário da rede cearense, Deusmar Queirós, ressaltando que funcionários já estão sendo treinados, inclusive.
Expansão
O anúncio da parceria se deu depois de três anos de negociação e uma semana de suspense sobre o acordo – que provocou até boatos sobre a possível fusão da rede cearense com outra grande drogaria brasileira. No entanto, apesar de ter aberto a empresa na bolsa, ele disse “não estar nos planos da Pague Menos processos de fusão ou de aquisição de outras marcas”.
Outro ponto ressaltado por Deusmar foi a perpetuação da marca, o que, segundo ele, é “uma das principais características e que a parceria faz parte”. “E ainda espero que, dentro deste ramo de transferência de dinheiro, nós não tenhamos concorrência tão cedo. A não ser que seja em São Paulo, onde a gente não tem muito interesse de entrar”.
Western Union
Já para o vice-presidente da Western Union para a América Latina, Odilon Almeida, “o Brasil representa a possibilidade de crescimento geométrico” para a multinacional. “Este foi o nosso primeiro grande passo no País, que é a entrada em uma grande rede de varejo”, afirmou. Ele também informou da criação de um banco e uma corretora em maio deste ano como parte da expansão da Western no mercado brasileiro. Sem revelar números, Almeida garantiu que a Western Union é a líder dos mercados brasileiros e internacionais.
Outro fator apontado pelo executivo a partir da atuação deles é a diminuição do envio de dinheiro por vias ilegais, como cartas. “Sempre que chegamos em algum lugar, os números do tráfego diminuem”, garantiu. Sobre a possibilidade de lavagem de dinheiro pela Western, Almeida garantiu que há recursos no sistema – como o monitoramento da quantia e de quantas vezes é enviada por um único usuário.
Como funciona
De acordo com a explicação dada pelos executivos, a pessoa que depositar a quantia deverá receber um número para identificar a operação e lançará o dinheiro para um lugar e uma pessoa específica. Para retirar a quantia, o destinatário tem de comparecer às unidades da Pague Menos munido de documento de identidade e o número da operação para sacar o dinheiro.
Transferências
“Isso tem muito a ver com a Pague Menos e, até agora, somos os únicos autorizados pelo Banco Central no País”
Deusmar queirós
Proprietário da Pague Menos
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1086023