Plenário encerra votações de quinta e deixa para semana que vem conclusão e MP do BNDES
O Plenário da Câmara encerrou a votação desta quinta-feira (24) sem concluir a análise da Medida Provisória 777/17, que muda os juros de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A MP é objeto de forte obstrução de partidos opositores ao governo.
Os deputados votaram o texto principal e rejeitaram dois destaques, mas ainda falta votar outros três pontos da MP, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para os financiamentos do BNDES. A nova taxa será aplicada nos empréstimos a partir de 1º de janeiro de 2018 e, segundo deputados, será mais elevada que os empréstimos atuais.
De acordo com a medida provisória, a TLP será aplicada nos empréstimos a partir de 1º de janeiro de 2018 e terá como base juros vinculados a um título do Tesouro Nacional (NTN-B) mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Atualmente, a TJLP é calculada trimestralmente com base na meta de inflação futura para os 12 meses seguintes e em um prêmio de risco definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A sessão foi encerrada depois do encaminhamento de destaque do PT que pretende retirar do texto a renegociação dos repasses feitos pela União ao BNDES com base na TJLP, a fim de adequá-los à nova taxa.
Outros destaques querem retirar dispositivo que impede o uso da TJLP nos financiamentos de bancos oficiais, com algumas exceções; e manter a norma que autoriza o uso da TJLP em outras operações do mercado financeiro, nas condições estabelecidas pelo Banco Central.
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- 11:01 – Câmara abre sessão para votar nova taxa de juros do BNDES
FGTS: 25% do dinheiro foram usados para compras
São Paulo. Os saques nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) injetaram R$ 10,8 bilhões no comércio varejista, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Do total de R$ 44 bilhões sacados das contas inativas entre março e julho deste ano, 25% chegaram aos caixas dos varejistas.
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Quatro entre oito segmentos tiveram impacto relevante nas vendas absorvendo 86% dos recursos destinados pelos trabalhadores às compras: vestuário e calçados (R$ 4,1 bilhões); hipermercados e supermercados (R$ 2,8 bilhões); artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 1,3 bilhão); e móveis e eletrodomésticos (R$ 1,2 bilhão). “Esse dinheiro do FGTS foi totalmente inesperado. Fiz uma viagem que não estava nos planos e comprei uns móveis para a casa nova, porque calhou de estarmos de mudança na época do saque”, contou o empresário Daniel Tambarotti. Ele comprou mesa e estante com parte do FGTS acumulado durante os oito anos no último emprego. A destinação de recursos do FGTS para a aquisição de bens no comércio poderia ter sido mais expressiva, na avaliação do economista Fábio Bentes, da CNC. O varejo ampliado – que inclui veículos e material de construção – faturou R$ 770 bilhões nos meses de saques do FGTS. No entanto, apenas 1,4% desse montante foi proveniente das contas inativas. Poderia ser melhor: “Se você dá R$ 100 na mão do brasileiro, ele gasta R$ 90. Ele não gastou esses R$ 90,00 porque estava muito endividado. As pessoas aproveitaram esse recurso extraordinário para limpar o nome, reduzir o endividamento. A crise fez com que sobrasse pouco para o varejo”, disse economista da CNC. Na avaliação de Fábio Bentes, se o cenário econômico do País não estivesse tão complicado, apenas o varejo teria absorvido mais de 40% dos recursos do FGTS. “Somando com o que seria gasto em serviços, esse montante encostaria em 85% do total sacado”, disse.
Inflação em Fortaleza chega a 3,37% em agosto
Pelo terceiro mês seguido, a inflação de Fortaleza apresentou leve redução em relação ao mês imediatamente anterior. Embora com menor força que o observado em julho (-0,08%), o IPCA-15 da Capital – índice que mede a prévia da inflação oficial do País –, chegou a -0,02% em agosto. O índice está bem abaixo ao registrado em agosto de 2016 (0,52%), fazendo o acumulado em 12 meses, até agosto, cair para 3,37% – contra os 3,93% até julho –, mas, ainda assim, mantém o terceiro maior índice nacional, superando o teto da meta do Governo, de 6,5% neste ano. No ano, a inflação acumulada é de 1,89%, descendo da terceira para a sexta maior do País. O índice foi divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De julho para agosto, o grupo tubérculos, raízes e legumes registrou um avanço de 6,67%, na capital cearense, com destaque para os reajustes da cebola (18,51%), tomate (10,42%) e cenoura (6,21%), enquanto a batata inglesa caiu 6%. Em seguida, entre as maiores elevações, estão itens do grupo cama, mesa e banho (4,84%); hortaliças e verduras, com 3,9%; e carnes e peixes industrializados (2,52%) – com destaque para as elevações observadas em linguiça (4,64%) e mortadela (2,38%). Por outro lado, o grupo alimentação, essencial nos lares brasileiros, continuou aliviando os preços, comportamento observado desde maio. Segundo o IBGE, houve queda de 0,57% na Capital, sendo que a alimentação em casa recuou 0,87%. Ainda entre as principais reduções, por grupos, estão cereais, leguminosas e oleaginosas (-5,95%), seguido por frutas (-4,42%) e açúcares e derivados (-2,79%). Dentre os itens que mais contribuíram para a redução do indicador de cereais, estão os feijões carioca (-21%), fradinho (-11%) e mulatinho (-5,93%), além do arroz (-2,31%); enquanto, entre as frutas, apenas banana prata (-5,45%) e melancia (-3,41%) recuaram. Destaques: Considerando categorias, as que mais subiram, no período de janeiro a agosto de 2017, em Fortaleza, foram transporte público (11,92%); tubérculos, raízes e legumes (11,67%) – em que se destacam o tomate (43,46%), cebola (30,68%) e cenoura (12,69%) –; hortaliças e verduras (9,06%) – com destaque para cheiro verde (9,76%) e alface (4,22%) –; planos de saúde (8,87%), graças ao aumento de até 13,55% autorizados pelo Governo Federal a planos individuais, em maio último; cursos regulares (8,75%); e serviços de saúde (8,15%). Já entre as menores variações estão combustíveis e energia (0,79%); roupas (0,77%); produtos óticos (0,71%) bebidas e infusões (0,58%) artigos de residência (0,26%); e farinhas, féculas e mandiocas (0,08%). Por fim, as maiores retrações ficaram com cereais, leguminosas e oleaginosas (-16,96%); açúcares e derivados (-10,12%); e aves e ovos (-6,77%). Entre as principais contribuições para a manutenção do índice acumulado em 12 meses, terminados em agosto, ainda elevado – considerando o fator peso na composição do índice –, estão alimentação e bebidas (0,82%); e alimentação no domicílio (0,04%). Em seguida, estão transportes (4,18%) – sendo transporte público (12,58%) e veículo próprio (2,04%) –, com destaque para ônibus urbano (17,8%) e intermunicipal (11,5%), enquanto caíram passagem aérea (-2,75%) e ônibus interestadual (-5,23%). No grupo habitação (5,29%), se destacam os reajustes médio das taxas de água e esgoto (12,79%), aluguel e taxas (6,04%). Por subitens, destacam-se, entre as maiores elevações na capital cearense, além da cebola (49,4%), as altas do tomate (27,89%); creme de leite (25,21%); manteiga (23,11%); e carne em conserva (20,69%). Por outro lado, segundo o IBGE, as maiores retrações, no período, foram registradas em itens como feijão carioca (-58,94%); batata inglesa (-41,16%); e feijão fradinho (-27,83%). Índice nacional vai a 1,79% este ano: No País, o IPCA-15 registrou alta de 0,35% em agosto – resultado superior à prévia de julho, que havia acusado deflação de 0,18%, mas inferior ao percentual de agosto de 2016 (0,45%). Segundo o IBGE, o índice nacional acumula taxas de 1,79% no ano e de 2,68% em 12 meses – a menor taxa acumulada em um ano desde março de 1999 (2,64%). A inflação de 0,35% da prévia de agosto foi influenciada, principalmente, pelos aumentos dos custos dos transportes (1,35%). A alta de 5,96% dos combustíveis representou o maior impacto individual na inflação do mês. Apenas a gasolina subiu 6,43%. Já o etanol ficou 5,36% mais caro. O grupo de despesas com habitação também teve um impacto importante na inflação, com uma alta de preços de 1,01%, provocada, principalmente, pelo aumento de 4,27% na energia elétrica. O impacto na conta de luz pode ser explicado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha a partir de 1º de agosto, além dos reajustes em concessionárias de São Paulo e Belém. Os alimentos continuam com preços em queda. Pelo terceiro mês consecutivo, o grupo de despesas alimentação e bebidas registrou deflação (-0,65%). Os alimentos para consumo em casa ficaram 1,17% mais baratos, com destaque para o feijão carioca (-13,89%), a batata inglesa (-13,06%), o leite longa vida (-3,86%), as frutas (-2,43%) e as carnes (-1,37%). Já a alimentação fora de casa ficou 0,32% mais cara.
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