FISCALIZAÇÃO
O reforço poderá ser visto no Pré-Carnaval, quando três equipes da PM devem prestar apoio aos fiscais da Prefeitura
Após reunião realizada na manhã de ontem, o comandante geral da Polícia Militar do Ceará (PM-CE), coronel Werisleik Pontes, se prontificou a prestar mais apoio às equipes de fiscalização da poluição sonora da Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam).
O secretário da Semam, Deodato Ramalho, informou que esse reforço já poderá ser visto neste fim de semana, nos desfiles de Pré-Carnaval, quando serão disponibilizadas três equipes da PM-CE para prestarem apoio aos fiscais. “A princípio, iremos deixar duas equipes na Praia de Iracema e outra volante pela cidade”, explicou Ramalho.
Além deste reforço, ficou acertado também que todas as unidades policiais contribuam com as ações de apreensão dos paredões e o aprofundamento dessa parceria, com novas capacitações de policiais pelos técnicos da Semam.
O assessor de comunicação da PM-CE, tenente-coronel Fernando Albano, explicou que a decisão veio após a PM-CE ver o crescente aumento das denúncias de poluição sonora e perturbação do sossego. “Antes éramos menos atuantes em virtude do baixo efetivo da Semam, mas agora com o reforço de fiscais poderemos atender as demandas desta natureza, sempre que solicitados”, disse Albano.
Hoje, são 27 fiscais para fazer todos os tipos de fiscalização, além da poluição sonora. Deodato Ramalho informou que foram chamados mais seis concursados, que estão concluindo o curso de formação.
Perturbação
Somente em 2011, foram feitas 339 autuações por poluição sonora na Capital. Dessas, 71 eram de paredões de som. Segundo a coordenadora de fiscalização do órgão municipal, Andrea Barreto, as autuações por falta de autorização sonora, ou seja, estabelecimentos que funcionavam sem alvará e assim perturbavam o sossego alheio, foram 396.
A coordenadora explicou que, com o apoio das guarnições da PM-CE, será possível aumentar as equipes que fazem as fiscalizações noturnas e na madrugada. “Hoje nós temos somente duas equipes atuando. Agora, poderemos colocar mais duas e ter uma atuação maior e mais eficaz”, concluiu.
Outro ponto que também será melhor trabalhado, segundo a Andrea Barreto, é o que se refere à fiscalização da poluição sonora no Centro de Fortaleza, nos camelôs, e outras unidades ambulantes.
Decisão dos blocos sai hoje
O vocalista do bloco pré-carnavalesco Unidos da Cachorra, Haroldo Guimarães, 34 anos, informou que a saída ou não desse, como dos demais grupos que também desfilam na Praia de Iracema, ainda não está definida.
“Estamos aguardando uma reunião, que deve ser realizada ainda hoje, com representantes da Prefeitura para definirmos a respeito destes desfiles. A situação está preocupante devido à questão da violência e dos paredões de som”, declarou Haroldo.
Ele conta que, no último fim de semana, os assaltos tomaram conta do entorno da Praia de Iracema, sobretudo após o fim dos cortejos.
“O evento tem sido marcado por cenas de grande violência, inclusive com muitas delas sendo exibidas na grande imprensa ou acessadas em vídeos na internet”, afirma.
Uma dessas cenas relatadas por Haroldo refere-se ao episódio de violência ocorrido com a mãe do promotor de Justiça Felipe Diogo, ritmista de um dos blocos, que foi espancada logo após os desfiles das agremiações no último sábado (21).
Dado o tumulto, os principais blocos estudam não sair sábado (28). A decisão será tomada após reunião hoje, às 14h, com o Grupo Gestor do Pré-Carnaval da Prefeitura de Fortaleza, quando será anunciada aos blocos a estrutura disponível para o evento no fim-de-semana.
Hoje, também será protocolado junto à Secretaria de Segurança Pública e Comando da Polícia Militar um pedido de reforço policial e cumprimento da Lei dos Paredões (Lei Municipal nº 9.756, de 04 de março de 2011) durante o Pré-Carnaval.
THAYS LAVOR
REPÓRTER Fonte Diário do Nordeste
60,8% das denúncias registradas na Semam são de poluição sonora
Muito comum nas grandes metrópoles, a poluição sonora tira o sossego da população e gera impactos na saúde
“O progresso é a insidiosa substituição da harmonia pela cacofonia”. A frase do pensador Mário Quintana traduz com precisão a realidade que vive os grandes centros urbanos, os quais crescem de forma desordenada e enfrentam sérios problemas relacionados à poluição sonora.
Para se ter uma ideia, 60,8% das denúncias registradas, em 2011, na Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) são de poluição sonora. O órgão recebeu ao todo, 2.236 denúncias, no ano passado, sendo 1.361 referentes à infração, já as autuações somam 747.