PROJETOS FICAM NO PAPEL (24/6/2007)
A tão esperada requalificação do Centro ainda não deslanchou. O bairro é palco de disputas entre formais e informais.
Faltando pouco mais de 18 meses para o fim da atual gestão, os projetos da Prefeitura de Fortaleza para reordenamento do Centro ainda não saíram do papel. Obras previstas no início do mandato, como a construção da nova sede administrativa no bairro, a reforma do Paço Municipal e a transferência dos comerciantes do Beco da Poeira para outra área caminham a passos lentos. Enquanto isso, comerciantes formais reclama da forte concorrência desleal. Pelas ruas centrais, circulam quase três vezes mais ambulantes do que o número de licenças expedidas.
João Maia Júnior, presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), diz que a proliferação do comércio ambulante continua sendo o maior problema do bairro. ´Cerca de seis mil postos de trabalho no comércio foram perdidos, entre 2004 e 2007, por conta desta concorrência desleal´, comenta. Há três anos, o Centro absorvia 18 mil comerciários. Hoje, são 12 mil ocupados, 33% a menos.
´Os empresários do Centro estão de joelhos, diante do exorbitante crescimento da informalidade´, reforça o empresário, acrescentando que, se nada for feito pelas autoridades competentes, as micro e pequenas empresas instaladas na área vão acabar fechando as portas e desempregando ainda mais gente. ´Isso é um crime. A Prefeitura está castrando a criação de empregos com carteira assinada´, critica ele.
Ações
Segundo dados da Secretaria Extraordinária do Centro (Sece), o bairro congrega 981 ambulantes com termo de permissão, distribuídos nos passeios e praças da área. No Beco da Poeira, existem outros 2.050 permissionários regularizados. O secretário Paulo de Tarso Melo Lima admite ´a existências de diversas ocupações inadequadas como as praça Pedro II, José de Alencar e Lagoinha, além de ruas centrais´.
A Sece estima o envolvimento de aproximadamente 2.700 ambulantes não regularizados no Centro, oriundos de diversos bairros de Fortaleza e região metropolitana. Ou seja, quase três vezes o número de licenças. Para combater o avanço da informalidade, está em fase final de elaboração o Projeto de Reordenamento do Comércio Informal do Centro. ´Será buscada a intersetorialidade com os órgãos municipais como Etufor, Habitafor, AMC´.
´O Centro tem os seus problemas peculiares e sempre vai ter. Quanto às ações relativas ao comércio informal, estamos aguardando o relatório para a transferência dos permissionários do Beco da Poeira para uma área específica´, diz.
SAMIRA DE CASTRO
Repórter