As avenidas Antônio Sales, Bezerra de Menezes e Washington Soares são as mais poluídas visualmente
Poluir é, de acordo com a origem latina do vocábulo, sujar, manchar e até mesmo profanar ou cometer sacrilégio. Segundo a lei, é crime. No entanto, indiferentes à ética, legislação ou ao Código de Obras e Posturas de Fortaleza, somente de janeiro a junho desse ano, 3.500 pessoas cometeram infrações ao instalar placas irregulares, faixas, cartazes, balões, colar fotos, abrir estabelecimentos sem licença ambiental, sem ligação de esgoto ou construir às margens de rios, lagoas e lagos da cidade. Os dados da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) também constatam que, em cinco anos de reforço na fiscalização, 1.010 placas especiais foram removidas das principais avenidas da Capital cearense.
O órgão ambiental também listou as vias mais poluídas visualmente que, pela ordem de engenhos de propaganda retirados, continuam sendo objeto de atenção dos fiscais. São as avenidas Antônio Sales, Bezerra de Menezes, Washington Soares, Santos Dumont e Gomes de Matos. Outras que também apresentaram grande número de placas irregulares foram Oliveira Paiva, Barão de Studart e Padre Valdevino. Atualmente, a Semam passa o “pente fino” na Avenida Virgílio Távora.
Em relação às placas especiais, de janeiro a junho deste ano, 121 donos de lojas e restaurantes, situados na Aldeota, estão sendo obrigados a se regularizar num prazo de 15 dias úteis junto ao órgão ambiental ou terão seus artefatos removidos.
Limite
O coordenador das ações da Semam, fiscal Jeremias Queiroz, alerta que placas perpendiculares não devem ultrapassar 8% do espaço da fachada do estabelecimento. “Elas devem estar instaladas a pelo menos 1,5 metros do alinhamento do terreno para estarem corretas”.
As placas removidas, ressalta ele, são encaminhadas para um depósito e, para retirá-las, os proprietários devem pagar multa. Segundo a Semam, o ideal é que os empresários façam a divulgação de seus estabelecimentos com placas fixadas na própria fachada, de forma perpendicular, no tamanho máximo de dois metros quadrados.
Além disso, foram aplicadas nos seis meses deste ano, 776 autuações. Do total, 739 notificações, em que a pessoa pode se regularizar e 37 foram autos de embargo.
A arquiteta e urbanista Mariana Reynaldo ressalta que a poluição visual ocorre a partir do momento em que o meio não consegue mais digerir os elementos causadores das transformações em curso, dissipando as características naturais originais na cidade.
LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1017022