Resultado positivo no volume de vendas, em outubro deste ano, foi acompanhado pelo aumento da receita.
Os consumidores cearenses estão comprando mais neste segundo semestre de 2017, após quase três anos de consumo baixo. O volume de vendas do varejo em outubro cresceu 7,6% em relação a igual mês do ano passado. Foi a sexta alta consecutiva. O segmento com a principal contribuição para o avanço do comércio foi o de material de construção, com evolução de 35,8%.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada, ontem (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, a alta considerável foi uma surpresa. “Claro que, neste período, a gente sempre espera um crescimento, mas não estimamos um percentual tão alto. Hoje, quase todas as empreiteiras estão paradas e não imaginávamos que apenas as obras privadas e as reformas fossem suficientes para esse resultado”.
Cid Alves ressalta que esse é um ótimo resultado, mas que os números não devem continuar nesse ritmo. “Para os últimos dois meses do ano, não devem ter outro crescimento de 35% em cima dos 35% que já tivemos em outubro. Em novembro, estimamos avanço de 10% e em dezembro entre 6% e 7%”, pontua.
Sobre o comércio em geral, o presidente do Sindilojas comemora os números. “Nós temos alguns fatores que ajudaram para isso, como o descolamento da política da economia. Isso fez com que a confiança das pessoas subisse e estimulou o setor”, destaca Cid. Ele acredita ainda que a tendência é continuar crescendo até o Carnaval do próximo ano. “Nós esperamos que o primeiro semestre de 2018 seja bem diferente dos primeiros meses dos últimos anos, para melhor”.
Segmentos
Além de material de construção, seis dos dez grupos analisados pelo levantamento no Estado apresentaram progresso: veículos, motocicletas, partes e peças (25,6%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (15,2%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,5%) e supermercados, produtos alimentícios e bebidas (0,3%).
Apenas três segmentos caíram: combustíveis e lubrificantes (-23,4%), móveis e eletrodomésticos (-8,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-2,9%).
Receita
As melhores vendas no mês fizeram o faturamento do setor aumentar também. A receita nominal do Ceará cresceu 4,3% no mês de referência em relação a outubro de 2016. Cid Alves indica a maior compra de bens duráveis como uma das principais causas. “A venda de carros e motos de destacou bastante também e, por serem itens mais caros, o tíquete médio da compra se torna bem maior, elevando também a arrecadação de todo o varejo”, afirma.
Nacional
No Brasil, as vendas no varejo recuaram 0,9% em relação a setembro. Foi o recuo mais acentuado para o mês desde 2008, quando o volume vendido teve redução de 1,0%. Na comparação com igual mês do ano anterior, a alta de 2,5% foi o melhor desempenho para o mês desde 2013. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a queda chegou a 1,4% em outubro ante setembro deste ano.