apesar dos gargalos
O maior atrativo do Centro ainda reside no fato de o consumidor encontrar tudo que precisa e com o preço mais barato do que nos demais espaços comerciais de Fortaleza. Soma-se à isso o fato de o bairro estar entre os espaços varejistas mais seguros do País. A constatação é de João Maia Santos Júnior, presidente da Ascefort (Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza). Segundo o líder empresarial, a iniciativa do setor produtivo de continuar investindo no Centro justifica-se pelo peso econômico e social do coração da cidade.
“O bairro é rota importante do desenvolvimento econômico do Estado, além de ser o berço do setor comercial e possuir o maior acervo histórico”, comenta. Ele lembra que o Centro, constituí-se hoje isoladamente, segundo dados oficiais da Secretaria da Fazenda (Sefaz), na maior arrecadação de ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviços) do Ceará, respondendo por cerca de 5,6% do total recolhido.
Dados da Ascefort apontam para mais de 6.500 inscrições estaduais e mais de 10.000 inscrições municipais no bairro. No Centro, circulam cerca de 300 mil pessoas por dia. Um movimento que faz gerar 68 mil empregos. Somente nos setores de Comércio e Serviços, são cerca de 42 mil postos de trabalho. Os lojistas da região atendem diariamente, em média, a 250 mil clientes.
O presidente da Ascefort lembra que o Centro detém o maior patrimônio histórico de Fortaleza. “São 21 prédios que abrigam a memória da cidade e 1.250 estabelecimentos, entre pequenos, médios e lojinhas, mas os visitantes não vêm”. Para ele, falta vontade política para promover o reordenamento da área. De acordo com ele, de cerca de 300 mil pessoas que circulam no quadrilátero formado pela Avenida Monsenhor Tabosa, ruas João Cordeiro, Antônio Pompeu e Padre Ibiapina/Avenida Filomeno Gomes — delimitação oficial segundo a Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) —, apenas de duas a três ocorrências policiais são registradas por dia.
Isto significa que 0,01% do total de transeuntes do bairro sofrem algum tipo de problema decorrente de insegurança.
Gargalos
Por outro lado, ele aponta os gargalos que dificultam o desenvolvimento do Centro. “Há cerca de seis anos, grandes redes varejistas não chegam à área central da Capital cearense. Nos últimos tempos, mais lojistas estão saindo ou quebrando do que chegando à região, embora esteja entre os espaços comerciais mais seguros do País”, declara João Maia.
Outro fator que inibe o desenvolvimento da área é o desordernamento do comércio informal. “Existe uma restrição que afugenta turistas e lojistas: o número de feiras livres e ambulantes. Os micros e pequenos varejistas acabam ficando em dificuldades”, relata.
Para ele, há necessidade de um disciplinamento na área. “A informalidade traz prejuízos, uma vez que uns pagam impostos para outros prosperarem. Da forma como está, não é digno de receber turistas, sejam nacionais ou estrangeiros”, reclama João Maia. (IM)
RELEVÂNCIA
“O Centro é rota do desenvolvimento econômico do Estado, além de ser berço do setor comercial”
João Maia Júnior
Presidente da Ascefort
Fonte Diário do Nordeste